"É preciso investigar se há gestão danosa neste caso e saber onde está o património dos administradores que geriram mal esta fábrica". A afirmação pertence a Catarina Martins, a coordenadora do Bloco de Esquerda que, esta segunda-feira, visitou a fábrica de calçado Helsar, em São João da Madeira, que se encontra em processo de insolvência.
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Depois do contacto com os cerca de 60 trabalhadores que perderam o seu posto de trabalho, a líder do BE diz ser necessário "ir atrás do património e do dinheiro de quem geriu mal e garantir que é pago tudo que é devido aos trabalhadores".
"Os administradores têm que ser punidos por aquilo que fazem. É necessário investigar onde estão os bens e todos os créditos dos trabalhadores têm que ser pagos", reiterou.
Catarina Martins recordou que se tratava de uma empresa "lucrativa", que "recebeu elogios internacionais", mas que fechou "da noite para o dia".
Afirma que a empresa, apesar de ter recebido fundos comunitários, ficou a dever dinheiro à Segurança Social. "É preciso saber onde está a fiscalização", insistiu.
"O crime económico não pode ficar impune quando a administração de uma empresa faz uma gestão danosa e coloca os seus bens no nome de outras empresas ou anda a gastar os bens de uma forma que não é correta", concluiu.
Depois de uma semana a apelarem às diferentes entidades para que lhes fosse entregue a documentação para poderem usufruir do subsídio de desemprego, os trabalhadores receberam, esta segunda-feira, de manhã, pela mão do administrador judicial, as desejadas declarações.
"Os trabalhadores estão a inscrever-se no Centro de Emprego para poderem usufruir do subsídio de desemprego. Estamos a fazer os possíveis para que consigam receber ainda este mês", explicou Fernanda Moreira, coordenadora do Sindicato do Calçado.