Mãe e filha apanharam boleia de um amigo até ao aeroporto de Faro, mas a viagem terminou em tragédia. Um acidente à entrada de umas bombas de gasolina, no IC 1, no Algarve, matou o condutor e a mulher mais velha. A rapariga ficou ferida sem gravidade.
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As três vítimas eram os ocupantes de uma viatura ligeira colhida por uma carrinha quando fazia inversão de marcha para entrar numa estação de serviço. O condutor do veículo de mercadorias escapou sem quaisquer ferimentos.
Ao volante de um Toyota com matrícula alemã, António Duarte, de 53 anos, emigrante naquele país, entrou nas bombas no sentido Norte/Sul, no sítio da Silveira, perto de S. Marcos da Serra, Silves. Como estavam encerradas – faltava pouco para as 7 da manhã, hora de abertura – decidiu inverter a marcha e abastecer no estabelecimento do lado oposto. Não chegou ao destino. No sentido oposto seguia o outro veículo conduzido por um funcionário de uma empresa de importação e comércio de flores.
O homem ainda travou – as marcas eram bem visíveis na estrada – mas não conseguiu evitar a colisão, atingido a parte frontal e lateral direita da viatura.
Segundo fonte do INEM, António Duarte, e Ana Santos, de 47 anos, natural do Barreiro, faleceram no local, tendo sido necessário desencarcerar a mulher, que seguia ao lado do condutor. A filha de Ana estava no banco traseiro, atrás de António Duarte. O cinto de segurança colocado salvou-lhe a vítima. A jovem sofreu apenas pequenas escoriações. Por precaução foi transportada para o Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, em Portimão, e passou a tarde em observações.
De acordo com a mesma fonte, o único ocupante da carrinha ficou bastante “abalado” e recusou ser transportado ao hospital.
“Isto é uma recta. Era impossível não ver a carrinha, que nem sequer vinha em excesso de velocidade. O outro condutor deve ter achado que tinha tempo para passar”, contou uma funcionária das bombas. Delfina Araújo conseguiu falar com a jovem de 19 anos. “Disse-me que ela e a mãe tinham apanhado boleia de um amigo e que iam para o aeroporto de Faro apanhar o avião para Inglaterra, onde as duas trabalhavam”.
A existência de um traço descontínuo naquele local, ao quilómetro 709, faz com que a manobra efectuada por António Duarte, natural de Odemira, seja permitida. No entanto, segundo fonte policial, o condutor não terá aguardado no sinal de Stop à saída das bombas o tempo suficiente para permitir a passagem da carrinha para depois poder inverter a marcha em segurança.
O trânsito não chegou a estar cortado. Esteve apenas condicionado durante os trabalhos de remoção das duas viaturas e limpeza da via, o que durou cerca de uma hora. A circulação de viaturas fez-se através das bombas de gasolina, utilizadas como corredor de passagem.
Além dos militares do Destacamento de Trânsito de Faro, estiveram no local 15 elementos dos Bombeiros Voluntários de Messines, apoiados por seis veículos, e ainda o INEM.