Um posto de abastecimento de combustíveis, em Guimarães, projetado pelo "pai" da Escola de Arquitetura do Porto, Fernando Távora, foi proposto pela Direção-Geral do Património Cultural para ser classificado como Monumento de Interesse Público.
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A bomba de gasolina fica no limite da área urbana, dos dois lados da EN 105, que liga a Cidade-berço ao Porto. "Este equipamento surgiu na sequência de uma "Proposta de localização de Postos de abastecimento na cidade do Porto" que o arquiteto Fernando Távora desenvolveu para a SACOR, em 1957. No contexto desta proposta, acabaria por se prever mais tarde a localização de 29 postos de abastecimento para a região a norte do Douro", lê-se no texto da proposta feita, em 2014, pela Fundação Marques da Silva que viria a ser acompanhada pela Direção-Regional da Cultura do Norte (DRCN), no ano seguinte.
A DRCN justificava a classificação com a "possibilidade de uma intervenção [por parte da proprietária - empresa Galp Energia]". Este organismo sublinha que a obra é "digna de classificação" pelo seu valor patrimonial, estético, técnico e artístico, prova do "génio do respetivo criador e a conceção arquitetónica e a sua relevância no campo da história da arquitetura portuguesa".
Fernando Távora (1923-2005) é reconhecido como o precursor da Escola de Arquitetura do Porto. O arquiteto já estava ligado a Guimarães pela obra da Pousada de Santa Marinha da Costa (Prémio Turismo e Património 85 e Grande Prémio Nacional da Arquitetura 1987) e, principalmente, por ter sido dele a primeira intervenção no Centro Histórico de Guimarães - Casa da Rua Nova -, em 1985, que viria a vencer o 1.º Prémio de Arquitetura da Fundação Calouste Gulbenkian, Prémio Europa Nostra.
A proposta está agora sujeita a consulta pública, durante 30 dias úteis os interessados podem pronunciar-se junto da Direção-Geral do Património Cultural.