O incêndio que deflagrou numa fábrica de produção de solas de sapatos, em Caramos, no concelho de Felgueiras, está dominado e não ameaça habitações. Extinção demorará "largas horas".
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O alerta do fogo foi dado às 9.54 horas e às 10.30 horas a fábrica, situada na rua de Santa Marta, estava já "toda tomada" pelas chamas.
O comandante dos Bombeiros Voluntários da Lixa, Victor Hugo Meireles, anunciou ao início da tarde deste sábado que o incêndio na fábrica Bolflex, na Lixa, "está dominado" desde as 13.28 horas. Seguem-se agora os trabalhos de rescaldo que vão demorar "largas horas", acrescentou.
Existe uma carga térmica elevadíssima
O rescaldo consiste, agora, na remoção dos vários escombros que se encontram no interior do edifício: "Existe uma carga térmica elevadíssima devido à grande inflamabilidade dos combustíveis aqui existentes, bem como às condições atmosféricas nada favoráveis, como a elevada temperatura e a humidade relativa praticamente nula", explicou Victor Hugo Meireles.
Setor da produção da fábrica praticamente não foi afetado
Os bombeiros estão agora a fazer o arrefecimento e "vamos fazer a retirada dos escombros, de todos os pontos quentes deste edifício para podermos dar esta zona como segura". O trabalho dos bombeiros no local permitiu salvar praticamente incólume o setor da produção da fábrica, o que vai permitir que os postos de trabalho sejam mantidos, já informou a empresa ao responsável pela Proteção Civil no local.
Um bombeiro teve de ser assistido por inalação de fumo, contudo sem necessidade de recorrer ao hospital. Um habitante também recebeu apoio porque se sentiu mal.
Moradores retirados de casa por precaução
Fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) do Porto disse ao JN que as casas mais próximas do incêndio foram evacuadas, por precaução. "O fogo está circunscrito ao perímetro da fábrica", esclareceu fonte do CDOS ao fim da manhã, sustentando que, "de momento, não há habitações em perigo" e também não há registo de feridos.
Num balanço feito às 12.30 horas, o comandante dos Bombeiros Voluntários da Lixa, Victor Hugo Meireles, assegurou que o combate ao incêndio estava a evoluir de forma favorável.
Quanto às casas, o responsável confirmou que foram dadas instruções aos moradores das imediações para manterem portas e janelas fechadas de forma a não deixar entrar, nas habitações, os gases tóxicos oriundos da fábrica.
"Conseguimos limitar o incêndio à área a que nos propúnhamos e aconselhamos os moradores a abandonarem as casas ou a fecharem as janelas para não permitirem que os gases tóxicos pudessem penetrar nesses locais", afirmou. A evacuação "foi feita de forma segura e tranquila", assegurou.
Criado posto de comando numa garagem
A fábrica em causa trata da acumulação e reciclagem de resíduos oriundos da indústria do calçado, pelo que há muita borracha e sola no interior do edifício que está a arder. "Uma das dificuldades que tivemos neste teatro de operações foi precisamente a elevada carga térmica que estes produtos produzem", adiantou ainda o comandante dos Bombeiros da Lixa. As causas do fogo "são, para já desconhecidas", concluiu.
Fonte da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC) disse que as chamas consumiram já cerca de "75% das instalações" da fábrica.
Foi criado um posto de comando, na garagem de uma casa perto, para gerir o combate às chamas, que, cerca das 12.30 horas, mobilizava 87 operacionais e 24 viaturas de nove corporações. A saber: Lixa, no comando, Amarante, Marco de Canaveses, Rebordosa, Lousada, Freamunde, Penafiel, Paredes e Felgueiras.
As causas do incêndio são ainda desconhecidas.