No estandarte dos Bombeiros Voluntários de Valadares, de Vila Nova de Gaia, pode ler-se "Pro Humanitate".
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Pela humanidade. Ninguém pode negar que se trata de um desígnio de uma grande responsabilidade e, na verdade, haverá com certeza quem olhe para ele mais como retórica, palavras de circunstância. No entanto, à sua medida, os Bombeiros Voluntários de Valadares tudo têm feito para fazer jus ao lema.
De todos os corpos de bombeiros do concelho de Gaia, que são sete, são os de Valadares, com uma área de intervenção que engloba as freguesias de Valadares, Gulpilhares, Vilar do Paraíso, Canelas e parte da Madalena, que maior volume de trabalho regista, sendo que os alertas para doenças súbitas representam a maior fatia dos serviços. Não é por isso à toa que estejam a tratar de obter a maior ajuda possível.
Frota "velha e cansada"
Apesar da dívida herdada pela actual direcção, presidida por Artur Loureiro desde Outubro do ano passado, não ser pequena e da frota estar "velha e cansada", com a maioria das ambulâncias a rondar os 300 mil e os 400 mil quilómetros cada, a verdade é que a corporação está a pedir aos cidadãos comuns um apoio de uma natureza muito própria. Pedem-lhes ajuda para salvar vidas.
Desde o início do ano, os Bombeiros de Valadares têm vindo a dar formação de suporte básico de vida a todos aqueles que o desejarem. "O nosso objectivo é ensinar pessoas que trabalhem em locais onde normalmente se concentra muita gente, como escolas, pavilhões desportivos ou colectividades, onde, num instante, se pode verificar uma doença súbita, uma paragem cardio-respiratória. Se houver alguém que comece o trabalho na vítima ainda antes de nós chegarmos, poderá estar a salvá-la", explica o comandante da corporação, Barros Loureiro.
Garantia do futuro
A formação, composta por duas sessões de três horas, com parte prática e parte teórica, tem tido lugar ora nas sedes das juntas de freguesia, ora em colectividades, ou mesmo no próprio quartel. Madalena e Vilar do Paraíso já tiveram as suas sessões. Segue-se Valadares, Canelas e Gulpilhares.
O volume de trabalho é também a justificação para que desde o início do ano a corporação tenha uma Escola de Infantes e Cadetes. Ao todo são 25 alunos, alguns de tenra idade. "São estas crianças e jovens que virão a ser os futuros bombeiros e comandantes desta corporação", sublinha o comandante.
"É a garantia do nosso futuro, a garantia que o nosso trabalho irá ter continuidade e obterá frutos", considera Artur Loureiro.