Bombeiros Municipais de Viana do Castelo: 230 anos com muitas rosas e alguns espinhos
Corporação vianense aposta na especialização e formação, pretendendo alargar o Corpo Activo
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Nascido há 230 anos, o corpo de Bombeiros Municipais de Viana do Castelo (BMVC) continua, hoje, a honrar os propósitos que nortearam a sua criação, sendo, actualmente, das corporações mais bem preparadas e apetrechadas da região.
António Cruz, segundo comandante dos "Municipais" vianenses - que assina, juntamente com Maranhão Peixoto, o livro dos 225 anos da corporação, editado em 2005 pela Câmara vianense -, garante que o corpo não só conheceu as rosas durante a sua já longa existência, mas também os espinhos. "Porém, conseguiu sempre o apoio da população e do Município para atravessar os momentos menos bons", afiança.
Das traseiras dos antigos Paços do Concelho, junto à Praça da República, em pleno centro histórico de Viana do Castelo (imóvel já desaparecido), a corporação viria a conhecer diferentes quartéis, até fixar-se, em 1999, onde actualmente se encontra, na Meadela, em amplas instalações situadas à saída da cidade para Ponte de Lima.
Entre um momento e o outro, os "Municipais" tiveram por casa um edifício situado na Rua do Gontim (junto à antiga fábrica de chocolates "A Vianense") e a antiga Padaria Militar, imóvel que se encontrava já em avançado estado de degradação. Durante esse tempo, cresceram em meios e aptidões, granjeando a consideração e estima da população.
Chefe da Divisão de Protecção Civil da Autarquia vianense, organismo que tutela o corpo de bombeiros, João Felgueiras assinala, a propósito, que as especializações em que a corporação tem, nos últimos anos, investido, "têm permitido resultados que dão satisfação aos bombeiros e à própria corporação". Sobre a aposta, destaca a formação de bombeiros em áreas como os incêndios urbanos e industriais, mergulho, resgate e salvamento em grande ângulo e resgate em águas rápidas (valência esta accionada, recentemente, para o salvamento de um canoísta galego em águas do rio Vez, desportista que viria, porém, a ser encontrado já sem vida). Quanto ao futuro, coloca a tónica no "aprender e formar mais, para, assim, poder melhor salvar". Segundo disse, a meia centena de elementos do corpo activo deverá, a breve trecho, ser alargada para 65, devendo os novos bombeiros, que entram na corporação até Dezembro, ficar, durante cerca de um ano, em formação. "O conhecimento está sempre a evoluir e é no conhecimento que temos de apostar, uma vez que a realidade está em constante mudança", evidencia.