As 15 corporações do distrito de Beja estão impedidas de utilizar o único Veículo Escada 30 (VE30) existente na região, propriedade dos Bombeiros Voluntários de Beja (BVB), que se encontra inoperacional desde meados de junho, em virtude da instituição não dispor dos 60 mil euros para a sua reparação.
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A viatura foi adquirida em 1999, por cerca de 350 mil euros, com o apoio do então Serviço Nacional de Bombeiros (SNB), tendo os 20% que deveriam ser pagos pelos BVB, sido suportados pela Câmara Municipal de Beja. Um veículo deste tipo, com uma escada com 30 metros de comprimento custa entre os 600 e os 700 mil euros.
A direção da Associação Humanitária já informou a Liga de Bombeiros Portugueses (LBP), a Câmara Municipal de Beja (CMB) e a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) de que a VE com uma escada de 30 metros está avariada e que "não possui a verba necessária que a sua reparação acarreta". A LBP já veio a público "lamentar" o facto e "adverte para a urgência da reparação", considerando que se trata de "um viatura única na região", justificaram.
O JN apurou junto do presidente da Câmara Municipal de Beja, que "foi enviada para a Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL) uma proposta para a reparação da autoescada, para que a mesma seja avaliada pelos outros 12 presidente de câmara, visando comparticiparem na reparação da mesma", segundo Paulo Arsénio o documento vai ser discutido "no Conselho Intermunicipal da CIMBAL do próximo mês de agosto, imputando a percentagem de população a cada concelho", tendo a direção dos BV Beja enviado já o orçamento para a autarquia.
O facto de o assunto ter chegado ao conhecimento da opinião pública, levou a que o Comando Regional do Alentejo da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, tenha solicitado aos bombeiros o envio do protocolo de aquisição do veículo e outros documentos, visando um possível apoio da autoridade.
Enquanto o VE30 dos BV Beja estiver inoperacional, as corporações do distrito de Beja estão desprovidas de uma ferramenta fundamental, em particular no combate a incêndio em edifícios ou resgates em altitude. Como alternativa, os bombeiros terão que recorrer a autoescadas das corporações dos distritos de Évora, Faro ou Setúbal.
A última vez que o VE30 foi utilizado pelos BV Beja ocorreu no dia 9 de setembro do ano passado, tendo sido decisivo no combate ao incêndio que deflagrou nos silos da Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches, evitando os operacionais que operavam na autoescada que as chamas se propagassem a outros locais do complexo de secagem de girassol.