Em silêncio, passo lento e apenas com a iluminação das candeias, a procissão do Enterro do Senhor percorreu, esta sexta-feira, as ruas do centro de Braga, num momento que juntou milhares de espectadores.
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Com partida da Sé de Braga, onde se concentrou muito público, o cortejo transportou o esquife de Senhor morto, precedido por um andor com a cruz despida e seguido pelo da Senhora das Dores.
Esta é a mais solene das procissões que compõem a programação da Semana Santa de Braga.
"Viemos pela curiosidade, por aquilo que as pessoas falam. Penso que se trata da procissão mais importante", disse ao JN Rogeli Mendes, que está em Portugal há cerca de seis meses, oriunda de Belo Horizonte, no Brasil.
Acompanhada pelo marido e pela filha, Rogeli procurou um local para ver a procissão junto ao Jardim de Santa Bárbara, mas acabou por se deparar com "imensa gente" em "todo o lado".
"Parece que não há nenhum sítio mais livre, as ruas estão todas cheias", afirmou.
Essa evidência foi também constatada pelo bracarense Belmiro Sampaio, que escolheu a mesma zona, juntamente com a família, para poder apreciar a última grande procissão da Semana Santa.
"Sempre que posso e se proporciona venho assistir, mas este ano só vim mesmo a esta. Durante o dia e à noite nota-se que há muita gente em Braga nesta altura. Os turistas apreciam muito estes eventos", sublinhou.
Em sinal de luto, pela morte de Jesus, os capitulares e os membros das confrarias caminharam de cabeça coberta, as figuras alegóricas tapadas por um véu e as bandeiras e estandartes arrastaram-se pelo chão. Ao contrário da noite anterior, as matracas dos farricocos não fizeram o típico "ruge-ruge".