De máquina fotográfica ao ombro, António Santos caminha com a mulher, Maria Helena, junto ao Arco da Porta Nova, no centro de Braga. Vindos de Torres Vedras, estão na cidade desde quarta-feira por causa da Semana Santa.
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"Estivemos cá em novembro e falaram-nos deste evento, sobretudo da Procissão da Burrinha", diz António, de 75 anos. Por isso, o casal fez logo a reserva para garantir estadia. "Sabemos que há muita afluência e quisemos prevenir-nos. Escolhemos um quarto com varanda e vista para a rua por causa da procissão", acrescenta Maria Helena.
Foi de lá que ambos assistiram ao cortejo que tem a burrinha como protagonista. "No dia seguinte estivemos na rua para a procissão do Ecce Homo, mas quase não conseguimos ver nada, porque havia gente por todo o lado", diz António, que fica em Braga até domingo.
Entre os milhares de turistas que enchem as ruas da cidade estão muitos espanhóis. Angeles Estebán integra um grupo de 11 pessoas, entre adultos e crianças, que chegou de Pontevedra na quinta-feira.
"Vimos a procissão da noite [Ecce Homo] e gostamos muito. Já tinha vindo a Braga há seis anos, mas não na Semana Santa. O tempo tem estado maravilhoso, o que ajuda a que as pessoas saiam", frisa.
Enterro do Senhor
Esta sexta-feira, a partir das 21.30 horas, há a procissão do Enterro do Senhor, a mais solene e comovente de todas as que compõem o programa da Semana Santa de Braga.
Com partida da Sé de Braga, o cortejo transporta pelas ruas da cidade o esquife do Senhor morto. Em sinal de luto, os capitulares e os membros das confrarias levam a cabeça coberta, as figuras alegóricas ostentam um véu de luto e as matracas dos farricocos vão silenciosas.