Organização acredita que é possível superar os números pré-pandemia e aponta para 100 mil visitantes.
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A economia da região de Braga espera encaixar "10 milhões de euros" com a Semana Santa, que vai decorrer entre 2 e 9 de abril, afirmou esta terça-feira o presidente da Associação Empresarial de Braga, Daniel Vilaça, na apresentação do evento que "deverá atrair 100 mil visitantes".
A fasquia para a iniciativa que alia celebrações religiosas a eventos culturais é, segundo o presidente da Associação Empresarial, "exequível" tendo em conta que se trata do "principal evento religioso" de uma cidade onde o turismo "tem tido forte expansão" e que costuma acolher muitos espanhóis.
Daniel Vilaça lembrou que, nos anos anteriores à pandemia, foi realizado um estudo sobre o impacto económico da Semana Santa que apontava para 60 a 70 mil visitantes, das quais 20 mil pernoitavam na cidade. No mesmo trabalho estimou-se que cada visitante tenha realizado uma despesa média de 80 euros, "perfazendo cinco milhões de euros".
"Foram estimados impactos globais entre sete e oito milhões de euros. Hoje, Braga está muito mais forte, o que nos leva a crer que possamos ter um impacto de 10 milhões de euros, com o comércio, a restauração e a hotelaria a trabalhar em pleno", apontou na apresentação do evento.
Um dos objetivos da edição deste ano é aumentar o tempo de estadia dos turistas, gerando maiores proveitos económicos. "Queremos mais turistas, mas acima de tudo crescer em valor, fazendo com que quem nos visita fique mais tempo e gaste mais dinheiro, numa valorização forte do comércio, do alojamento e da restauração", explicou hoje Marco Sousa, do Turismo do Porto e Norte de Portugal, sublinhando que "toda a região" sai a ganhar. "A partir de quinta feira [da Semana Santa] teremos as unidades de alojamento a 100% da capacidade, o que também será benéfico para os concelhos limítrofes", frisou.
Além da dimensão religiosa, a Semana Santa assume, para o presidente da Câmara, Ricardo Rio, "grande protagonismo em termos culturais", o que explica a "necessidade de criar condições de atratividade e de fixação de visitantes" ao longo dos dias. "Em 2022, a Semana Santa foi reconhecida como património cultural imaterial, o que é uma alavanca para outras iniciativas de âmbito internacional que permitam valorizar este evento", destacou.
A esse nível, o presidente da Comissão da Semana Santa, cónego Avelino Amorim, garantiu que "estão a ser dados passos" para ser possível obter o reconhecimento internacional por parte da UNESCO. Esse é, no entanto, "um caminho que exige tempo".
Destaques do programa
Procissões: As procissões dos Passos (2 de abril), da Burrinha (5), do Ecce Homo (6) e do Enterro do Senhor (7) são alguns dos momentos religiosos mais emblemáticos da Semana Santa de Braga.
Concertos: Um concerto pela Orquestra e Coro do Distrito de Braga com a Paixão Segundo São Lucas, do compositor bracarense Joaquim Santos, é um dos destaques do programa cultural. Realiza-se dia 4, na Sé.
Exposições: Já a partir de 22 de fevereiro, o Museu Pio XII terá uma exposição de escultura de Isabel Cardoso. Entre 20 de março e 17 de abril, o adro da Igreja de S. Victor vai exibir uma mostra coletiva sobre a "Burrinha".