A cidade de Bragança tem desde hoje um pastel doce para representar a doçaria local. Trata-se do Brigantino, uma criação original da pastelaria D. Dinis, que usou produtos tradicionais como a farinha de castanha e de amêndoa, o azeite e o mel para dar forma a esta iguaria que junta tradição e inovação. O município de Bragança pretende promover este doce "como representativo da cidade e da sua identidade", explicou o presidente da Câmara, Hernâni Dias, durante a apresentação do pastel esta manhã de segunda-feira.
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O Brigantino foi escolhido na sequência de um concurso em que participaram as pastelarias de Bragança, no ano 2018, que foram desafiadas a criar um doce que representasse a cidade transmontana e que na sua confeção usasse os três produtos mais emblemáticos do concelho, nomeadamente a castanha, mel e o azeite. "O Brigantino tem uma massa folhada por fora, é feito com farinhas de castanha e amêndoa, leva ainda azeite e mel. Tem grande durabilidade por causa dos produtos tradicionais", explicou Fátima Dias, co-autora deste pastel em colaboração com Alda Reigadas.
O doce foi selecionado entre muitas outras propostas. "Apareceram 13 bolos a concurso e numa prova cega, com a presença de várias pessoas ligadas ao setor, nomeadamente o gastrónomo Virgílio Gomes, foi selecionado este", referiu o autarca.
A receita da autoria de Alda Reigadas e Fátima Dias vai agora ser partilhada pelas pastelarias de Bragança. A Câmara vai adquirir 100 bolos a cada pastelaria, para que estas ofereçam Brigantinos aos clientes de modo a promover o novo doce. No Dia da Cidade, que se assinala no próximo dia 20 de fevereiro, o município vai oferecer Brigantinos aos convidados.
O pastel também estará em destaque no Festival do Butelo e das Casulas que se realiza de 25 a 27 de fevereiro, em Bragança.
Depois de em 2021 a iniciativa se ter limitado ao formato online este ano regressa à tenda habitual na Praça Camões, onde 40 expositores vão mostrar e vender fumeiro, queijo, mel, azeite, vinho. licores, doçaria e artesanato. "A realização do evento é importante para a promoção da economia local e para que os produtores tradicionais possam escoar a sua produção. Esperamos tenham resultados e vendam os seus produtos. Esperamos captar turistas do outro lado da fronteira, nomeadamente de Zamora", afirmou Hernâni Dias, autarca de Bragança.
O butelo e as casulas, um prato que alia um enchido de ossos ao feijão seco na vagem, muito típico do inverno no Nordeste Transmontano há uns anos era pouco conhecido, mas segundo o presidente da Confraria, Francisco Figueiredo, graças ao festival ganhou fama "e já é associado a Bragança". Os produtos que estão na sua base, o butelo e as casulas, também "passaram a ser mais procurados e o preço aumentou consideravelmente", destacou Francisco Figueiredo.