A Cadeia Regional de Braga só está a receber novos presos após a quarentena profilática, que decorre sempre no Estabelecimento Prisional de Vale do Sousa, em Paços de Ferreira.
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A Cadeia de Braga não tem área de isolamento, nem enfermaria e conta atualmente com 120 reclusos, quando a lotação ideal é de 80, ou de 90, em situações limite.
Segundo adiantou ao JN João Ferreira Araújo, advogado de Braga, "todos os arguidos a quem tem sido aplicada a prisão preventiva vão primeiro para a Cadeia do Vale do Sousa, antes de serem distribuídos depois pelos estabelecimentos prisionais das suas áreas de residência".
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Ainda segundo o mesmo penalista, "nesta altura não existem condições de prevenção e contenção do coronavírus na grande maioria dos estabelecimentos prisionais, não há desinfetante, nem outras condições higiénicas, como luvas, além de estarem vários reclusos confinados a celas exíguas, apesar de muitos terem doenças infectocontagiosas".
João Ferreira Araújo explicou que "todos os reclusos estão sem direito a visitas, pelo que eu próprio, não só para preparar com eles os seus julgamentos, como principalmente para dar-lhes um apoio psicológico mais do que nunca necessário, tenho ido sempre visitá-los à Cadeia de Braga e aos outros estabelecimentos prisionais onde tenho clientes recluídos".
"Espero que este novo vírus não se propague no sistema prisional, uma vez que seria um verdadeiro desastre, quer para a saúde dos reclusos, quer dos guardas prisionais e de todos os restantes funcionários, bem como dos advogados que como eu continuam a visitá-los, estamos a lidar com um autêntico barril de pólvora, mas acredito que com o esforço que a todos os níveis está a ser feito, conseguiremos dar a volta a esta pandemia", acrescentou.