O presidente da Câmara de Lisboa disse hoje estar "sensível" para que a prova de aviação Red Bull Air Race se realize "alternadamente" na capital e no Porto, sublinhando que o contrato já assinado refere-se apenas a 2010.
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"Tivemos o cuidado de só assinar o contracto para 2010 porque fui sensível à ideia apresentada pelo meu colega do Porto [o autarca Rui Rio] de que a prova se possa realizar alternadamente nas duas cidades. Não temos nada a opor", disse hoje o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa.
Na terça-feira, o Turismo de Lisboa, em representação dos municípios de Lisboa e Oeiras, e a Red Bull Air Race, assinaram um contracto da realização de uma prova na capital em 2010, deixando de se realizar no Porto, onde decorreu em três anos consecutivos.
António Costa explicou que "a iniciativa da prova se realizar em Lisboa e não no Porto não partiu de Lisboa. Fomos contactados pela Red Bull e eu desde o primeiro momento informei o meu colega do Porto [o autarca Rui Rio] de que não competiríamos pela localização da prova".
No entanto, o presidente da Câmara de Lisboa não quis reagir às críticas de Rui Rio, que afirmou que a transferência do Red Bull Air Race para Lisboa "é mais um factor negativo" do caminho trilhado por um país "que não tem juízo" por "tudo acontecer na capital".
António Costa negou que os 3,5 milhões de euros que serão pagos em 2010 por Lisboa e Oeiras para a realização da prova "vão muito além" do pago em anos anteriores, como afirmou na quarta-feira o presidente da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes, que partilhava a organização da prova no Porto desde 2007.
"É desinformação ou desconhecimento. O preço de 3,5 milhões de euros é exactamente o mesmo preço pago ano passado para a prova se realizar no Porto", afirmou.
Questionado pelos jornalistas sobre o facto de a prova em Lisboa poder vir a ter mais ajudas do Estado, o autarca afirmou que "apesar de gostar muito que isso fosse verdade", não tem "nenhum sinal de que assim seja".
"A única instituição pública que patrocinou a prova no ano passado foi o Instituto de Turismo de Portugal (...) que já disse este ano que não vai dar nem mais um cêntimo do que financiou no ano passado, os 500 mil euros. O que esteve disponível para o Porto é o que vai estar disponível este ano", avançou.
António Costa salientou a "grande promoção a nível internacional" de Lisboa, lembrando que a prova é transmitida para mais de 190 países.
Em Setembro passado, no Porto, cerca de 720 mil espectadores juntaram-se nas margens do Douro para assistir àquela que é considerada a "Fórmula 1 dos Céus".