A Câmara de Ourém criou um conjunto de incentivos para atrair e fixar clínicos de medicina geral e familiar, que pode chegar até 600 euros por mês. Neste momento, há "défice de médicos" em quatro extensões e no Centro de Saúde de Ourém, revela ao JN Luís Albuquerque, presidente do município.
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Aos candidatos residentes no concelho, o município oferece o pagamento da renda ou comparticipa o crédito à habitação, até 400 euros por mês. Além disso, atribui um valor de 200 euros para a luz, água, gás e telefone/internet.
Além disso, os médicos que pretendam ter filhos, poderão usufruir ainda de um acréscimo de 10% no subsídio de incentivo à natalidade, e da isenção de taxas urbanísticas no caso de quererem construir ou remodelar a habitação.
Quanto aos candidatos não residentes em Ourém, a autarquia assegura o pagamento das despesas de deslocação do local de habitação para a unidade de saúde onde ficar a trabalhar, até ao limite de 400 euros mensais.
Após aprovação da candidatura, os clínicos terão ainda como benefícios 24 horas de estacionamento gratuito no parque do edifício municipal e a utilização dos transportes urbanos de Ourém e Fátima sem custos.
Médicos reformados
No caso dos profissionais reformados, os valores referentes às despesas com habitação, pagamento de contas ou custos de deslocação serão de 75% dos montantes máximos, para 20 horas de trabalho. Os restantes 25% serão atribuídos de forma proporcional às horas de trabalho, até ao máximo de 40.
O regulamento determina ainda que no caso dos candidatos que exerçam funções em USF [Unidade de Saúde Familiar] tipo A, os montantes máximos referentes a reembolsos de despesas duplicam. Estas medidas não abrangem as USF modelo B, em que os médicos recebem incentivos associados à produtividade.
Preocupado com a falta de clínicos, Luís Albuquerque revela ao JN que esta situação está a afetar a população servida pelo Centro de Saúde de Ourém e pelas extensões de Atouguia, Caxarias, Gondemaria e Matas. “As pessoas dessas extensões formam filas quase todos os dias, a partir das 4 ou das 5 horas da manhã, para conseguirem vagas no Centro de Saúde de Ourém”, relata.
“Temos procurado dar as melhores condições de trabalho aos profissionais de saúde. Já requalificámos cinco centros saúde, estamos a fazer obras noutro e, no início do próximo ano, vamos iniciar noutro”, adianta o autarca. Contudo, diz que no último concurso abriram dez vagas e só ficou um médico. “Gostava de estar otimista, mas continuo cético.”