"Risco de tragédia" preocupa Autarquia. Músicos aceitam rever segurança.
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O futuro do Centro Comercial Stop (CCS), local onde ensaiam regularmente mais de uma centena de bandas do Porto, está na ordem do dia.
Depois de a Autoridade Nacional de Proteção Civil ter alertado, nos últimos meses, para "o incumprimento das normas de segurança", a administração do CCS, os músicos e a Câmara do Porto têm mantido contactos regulares. O objetivo é que as obras exigidas possam vir a ser concretizadas no mais breve espaço de tempo possível, evitando assim o fecho de um dos mais históricos centros comerciais portuenses.
Entre as exigências de segurança está a abertura de uma segunda porta de emergência e o aumento para o dobro da capacidade da cisterna existente no local, por forma a que o combate a um possível incêndio seja mais eficaz.
Ontem, na reunião da Assembleia Municipal, Rui Moreira afirmou que, apesar de o Stop ser um edifício privado, a Autarquia "não pode fechar os olhos". Pelas queixas constantes de barulho que "incomoda os vizinhos", mas sobretudo pela ameaça de incêndio.
O presidente da edilidade alertou para "o risco de ter uma tragédia entre mãos", destacando "o perigo para quem lá está e para quem lá vai".
Na resposta à deputada socialista Maria João Castro, Moreira revelou que a Câmara vai procurar saber antes se "a administração tem condições para fazer as obras necessárias". Numa segunda fase, o objetivo consiste em saber se "a administração está interessada em alienar o edifício". Em caso de resposta afirmativa, frisou o independente, "é preciso avaliar se faz sentido adquirir o edifício e fazer as obras pertinentes para que a sua atividade possa continuar a decorrer com condições de segurança".
RENDAS "PODEM SUBIR"
Reunidos na segunda-feira à noite, os músicos que ensaiam no Stop concordaram em rever as condições de segurança e aprofundar o diálogo com a Autarquia e a administração do edifício. Da parte desta última, o funcionário Carlos Freire revelou que no próximo dia 19 vai realizar-se uma reunião com representantes da Câmara do Porto para que seja possível chegar a um consenso.
A trabalhar no Centro Comercial Stop há 29 anos, Carlos Freire reconheceu que, caso as obras venham mesmo a realizar-se, "as rendas podem vir a ter de subir", já que se trata "de um edifício antigo".