<p>A Câmara do Marco de Canaveses está em vias de perder cinco milhões de euros de fundos comunitários que pagariam a maior parte da requalificação urbana da cida-de, porque não consegue arranjar a sua parte do investimento. </p>
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A Câmara tem de entrar com mais de dois milhões de euros, mas as perspectivas de os obter não são as melhores, com o fim do período de carência do contrato negociado com a Caixa Geral de Depósitos, no âmbito do programa de reequilíbrio financeiro das autarquias. Sem verbas municipais , o projecto de Regeneração Urbana da cidade pode ficar em águas de bacalhau.
Foi o próprio presidente da Câmara, Manuel Moreira, quem o admitiu, em Assembleia Municipal. O autarca falava no debate do Orçamento e do Plano de Investimentos do Município, que acabariam por ser aprovados pela maioria social-democrata.
O investimento previsto para o Projecto de Regeneração Urbana é superior a sete milhões de euros e é comparticipado em 70% por fundos comunitários, resultante da aprovação de uma candidatura ao Programa PRU (Parcerias de Regeneração Urbana), apoiada pelo Eixo 4 - Qualificação, no âmbito da ON2 (Operação Norte).
Além da Autarquia, participam na operação a Cercimarco, a Associação Empresarial e a Coopermarco, que cede o edifício onde ficará a "Casa do Agricultor".
O projecto terá de ser executado nos próximos três anos, caso contrário o concelho "perde direito a receber os apoios comunitários", disse Manuel Moreira. O autarca tinha expectativa de renegociar o contrato de reequilíbrio financeiro de 45 milhões de euros para, dessa forma, gerir com mais facilidade a angariação da verba que compete ao município.
Só que o Governo (o anterior, com o actual ainda não houve contactos), apesar de ter admitido uma renegociação do contrato, até agora não a permitiu. Com o fim do período de carência ao actual contrato e com a previsível subida das taxas de juros, antevêem-se dificuldades acrescidas para as finanças do Município. Cerca de 72% das receitas mensais da Câmara são para pagar salários e empréstimos bancários.
O Movimento Marco Confiante Com Ferreira Torres fez notar que "a taxa de esforço da Câmara para pagar o empréstimo é de 16% e que há famílias em pior situação".
Só com o pessoal, a Autarquia estima um gasto anual de 7,5 milhões de euros, só suplantado pela aquisição de bens e serviços (oito milhões). Estas duas parcelas têm um peso de 56,5% nas despesas do Orçamento. O aumento das taxas de recolha de lixo deverá ser, a curto prazo, uma das formas para aumentar receitas. Até porque, actualmente, o sistema tem um proveito anual de 111 mil euros e uma factura de 1,825 milhões.