A Câmara da Amadora anunciou ontem que, no âmbito das políticas de realojamento da autarquia, não está a preparar "um ataque terrorista" de despejo em Sintra de famílias que vivem em barracas.
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Em comunicado, a autarquia da Amadora esclarece que “na sequência de diversas noticias veiculadas nas ultimas semanas por diversos órgãos de comunicação social, na qual são espelhadas manifestações e opiniões de diversos autarcas do concelho de Sintra”, que se manifestaram contra a intenção do município da Amadora realojar famílias abrangidas pelo Programa Especial de Realojamento (PER) no concelho vizinho, não pretende, “num ataque terrorista” despejar em Sintra 2300 famílias a viver em barracas.
“Ao contrário do que se tem afirmado, a Câmara da Amadora não se prepara para, e passando a citar, “num ataque terrorista, despejar em Sintra as 2300 famílias a viverem ainda em barracas”. Para além deste número não estar correcto, a Amadora está sim empenhada em ajudar as suas famílias a encontrar condições dignas de habitação, promovendo a sua inclusão sem qualquer estigma”, refere o comunicado.
A Câmara da Amadora aprovou recentemente a aquisição de 19 fogos para proceder ao realojamento de algumas famílias abrangidas pelo Programa Especial de Realojamento (PER) e cujas habitações se encontram no traçado da CRIL (Circular Regional Interna de Lisboa).
A Câmara da Amadora avançou para a compra de 19 fogos, 11 dos quais em sete freguesias do concelho de Sintra, numa aquisição feita no mercado livre, através de imobiliárias e da banca. Tal como o JN noticiou na altura, este procedimento motivou duras críticas dos presidentes das Juntas de Freguesia sintrenses.
Este procedimento está a comprometer as relações entre a autarquia de Sintra (PSD e CDS-PP) e a da Amadora (PS). Na última Assembleia Municipal de Sintra, a 25 de Junho, deputados municipais dos vários partidos representados, incluindo o PS, mostraram-se indignados com a intenção da autarquia da Amadora operar a realojamentos em Sintra.
O vice-presidente da Câmara de Sintra, Marco Almeida, afirmou que a autarquia da Amadora “agiu de má fé e teve uma acção terrorista”.