<p>A Câmara de Valongo está unida contra a proposta da Brisa de alargamento da A4, no troço entre Ermesinde e Campo. Além de ter "um impacto urbanístico inaceitável", a obra obrigará a demolir construções. </p>
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Ontem, a proposta da vereadora Maria José Azevedo colheu a unanimidade do Executivo, à semelhança do que aconteceu em Novembro de 2007. Ninguém aceita o projecto da Brisa para o alargamento da A4 em Valongo e pedem-se explicações à concessionária sobre os motivos que sustentam esta opção.
A Câmara defende um traçado alternativo, a nascente do actual viaduto da A4, que atravessa o Município "com um impacto visual perturbador". Essa alternativa permitiria corrigir um "erro grave" do passado que dividiu o concelho, criando assimetrias no desenvolvimento local. Acabar com o viaduto e levar o tráfego para Norte (ver infografia) "proporcionaria não só um melhor enquadramento da A4 em toda a cidade de Valongo, como permitiria um tratamento urbanístico em toda a zona central, que seria devolvida à cidade e que actualmente está ocupada pela autoestrada", defende a vereadora Maria José Azevedo, candidata independente à Câmara nas próximas eleições autárquicas.
O projecto da Brisa prevê o alargamento de duas para três faixas de rodagem em cada sentido, o que significa um acréscimo, em algumas zonas, de 60 metros de largura. No viaduto que atravessa a cidade este aumento colide com edificações existentes - obrigando à sua demolição - com o parque da juventude, vias de acesso e zonas ajardinadas.
Por outro lado, o alargamento do viaduto obrigará "à execução de barreiras acústicas para isolamento sonoro do ruído provocado pela circulação automóvel", recorda a proposta. Barreiras sobre um viaduto que poderão atingir cerca de 15 metros de altura.
Segundo a Câmara, a obra que a Brisa pretende fazer tem uma previsão para 2024/2025, o que apenas "adia a resolução definitiva do aumento da capacidade da autoestrada". Por aquele troço da A4, entre o nó de Águas Santas e Campo, passam em média 80 mil veículos por dia.