Cerca de 30 aparelhos estão a ser instalados nos espaços verdes do Picoto, Ponte e Camélias. Locais são associados a assaltos, vandalismo e toxicodependência.
Corpo do artigo
O Município de Braga está a instalar cerca de 30 câmaras de videovigilância nos parques da Ponte, Camélias e Picoto, "para dar segurança e conforto a quem os visita", de acordo com o vereador da Proteção Civil, Altino Bessa. O responsável assume que os locais ainda são associados a problemas de toxicodependência, vandalismo ou assaltos.
"Não são câmaras que estão online e de vigilância permanente. Apenas recolhem imagens durante 30 dias, que depois se apagam. Se, nesses 30 dias, acontecer um assalto ou algo fora da lei, chamamos as forças de segurança e, se entenderem, podem solicitar as imagens", elucida Altino Bessa, assumindo que os primeiros equipamentos foram colocados no monte Picoto, por apelo dos dirigentes do parque aventura sediado naquele local.
Segundo o coordenador do Picoto Park, Pedro Silva, o espaço era frequentemente alvo de assaltos durante a noite e, quando chegou a pandemia, "houve situações que ocorreram durante o dia". Os intrusos chegaram a levar mesas de madeira, holofotes e até relva sintética, sendo que alguns dos materiais furtados acabaram por ser "recuperados no bairro social do Picoto", admite o responsável, adiantando que as autoridades identificaram vários suspeitos que estavam ligados a problemas com toxicodependência.
"Há cerca de um ano, o Município colocou uma câmara virada para o parque de estacionamento e, desde aí, tivemos poucas situações. Portanto [o sistema de videovigilância] resulta, porque as pessoas sabem que o espaço está mais protegido", entende Pedro Silva.
Além da zona do estacionamento, há agora câmaras junto dos trilhos e no miradouro do Picoto, com vista para a cidade. Catarina Gonçalves, com 39 anos, "já há alguns anos" que não subia ao topo. Fê-lo na última semana, para um evento empresarial. "Mesmo com as remodelações que a Câmara tem feito, os meus amigos que vêm cá mais vezes dizem que ainda não se sentem seguros. Por isso, a videovigilância é bem-vinda", considera a bracarense, sublinhando que o local "é remoto" e, por isso, "propício a mais insegurança". "Ou está sempre alguém a fazer vigilância ou têm de ter câmaras", reforça.
Proteção de dados
O Bloco de Esquerda de Braga levantou dúvidas sobre a legalidade da medida e enviou um pedido de informação à Comissão Nacional de Proteção de Dados. Altino Bessa garante que tudo está autorizado. "Estamos a falar de espaços privados de usufruto público. São propriedade da Câmara e espaços que se podem fechar", esclarece o vereador.
"Para quem vai visitar os locais com boa intenção, as câmaras não têm problema nenhum", acrescenta Altino Bessa, confiante que "os bandidos vão sentir-se intimidados".