Um camião lançou, ontem, o terror no IC2, em Águeda. O pesado arrastou sete carros que estavam parados num semáforo. Vários foram parar a quintais. Por milagre ninguém morreu, mas seis ficaram feridos.
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"Isto parecia um cenário de guerra. Ambulâncias e bombeiros por todo o lado, helicóptero, polícias e feridos. Nem sabíamos se tinha morrido alguém". O relato é de uma moradora de Pedaçães, Mourisca do Vouga, Águeda, local onde ontem, às 14.40 horas, um camião desgovernado abalroou sete veículos ligeiros que estavam parados no semáforo, num cruzamento do IC2/EN1, ao quilómetro 237,7 no sentido Águeda/Albergaria. Do acidente resultaram seis feridos, cinco deles - entre os quais uma menor, de 11 anos - graves.
"Só vi a galera do camião a voar por cima dos carros e a vir parar em cima do meu", relatou, ao JN, Alpídio Almeida, de 48 anos, um dos sobreviventes (ver caixa).
Pedro Novo, de 50 anos, que seguia sozinho num camião de transporte de refrigerantes, da empresa TPCF, de Vila Franca de Xira, seguiu em frente quando todos os outros carros estavam parados no sinal vermelho. Na sequência do embate, uma carrinha de passageiros, com dois ocupantes, caiu numa ribanceira, de cerca de três metros, capotou e parou dentro do quintal de uma propriedade privada.
Em segundos, o camião abalroou mais quatro carros, que ficaram na estrada, e arrastou consigo para a rampa um sexto veículo, um Opel Corsa, onde seguia um casal, de 45 anos, com a filha, de 11, todos naturais de Lamas do Vouga. Ficaram os três feridos com gravidade e encarcerados dentro do carro. A menina sofreu fratura do fémur.
Só pararam nos quintais
A cabina do camião e o Opel ficaram, lado a lado, imobilizados dentro do quintal de outra casa, derrubando o muro existente. A traseira da galera do pesado, apoiada na berma da estrada, viria a cair em cima de um Mercedes CLK, de dois lugares, partindo a meio o tejadilho do carro de alta cilindrada. "Dizem que o condutor adormeceu", contou Alpídio Almeida, dono do Mercedes, apesar de a GNR não confirmar a hipótese. Segue-se a fase de investigação, na qual as autoridades irão tentar apurar o que aconteceu.
Três feridos graves, entre os quais Pedro Novo e a criança de 11 anos, foram transportados para o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, sendo um evacuado de helicóptero. Os restantes três (Maria Paço, de Lamas do Vouga, Rui Freire, de Celorico da Beira, e Carla ferreira, de Macinhata) foram levados para o Hospital de Aveiro, não correndo risco de vida.