Cancela Moura é o candidato da coligação que junta PSD, CDS e PPM à Câmara de Gaia e garante que se for eleito baixará impostos, como o IMI.
Corpo do artigo
Cancela Moura vai voltar à estrada, em campanha para as eleições para a Câmara de Gaia, pela coligação que junta PSD, CDS e PPM. Tem sido a voz da oposição e, se ganhar, o que acredita ser possível, promete desagravar os impostos aos gaienses.
Qual será o seu foco?
Defendo uma gestão mais humanista. O nosso foco são as pessoas, respeitando os valores da social-democracia. O nosso lema é "Sentir Gaia por Inteiro". Honrar este slogan significa apostar em três áreas essenciais: transportes e mobilidade, coesão social - incluindo a habitação e a sustentabilidade ambiental -, e arruamentos. Julgo que estes são os maiores problemas.
Tem desferido críticas ao PS. O que fará de diferente?
Entre 2013 e 2019, o peso das receitas de impostos, taxas e licenças no município registou um aumento de 43,4 % para 62,1%, o que é uma carga fiscal excessiva para os gaienses. O PSD defende o desagravamento dos impostos e um critério mais rigoroso na política de isenção de taxas e licenças. Defendemos o IMI na taxa mínima. Gaia precisa de novas ideias e protagonistas, que envolvam a sociedade civil e aproximem a Câmara das pessoas e das instituições.
O que correu mal na candidatura de António Oliveira?
Esse é um assunto resolvido e enterrado.
E as críticas de Oliveira ao "aparelho" do PSD?
Não atribuo nenhum valor a essas críticas, nem aos comentários, até porque são injustos. Sei que sou a escolha legítima.
Em 2017, teve 20,30% dos votos. Qual é agora a fasquia? Acredita que pode vencer as eleições?
Claro que sim. É um combate difícil, provavelmente as eleições mais difíceis que o PSD já disputou para a Câmara de Gaia, mas isso não me demove. O momento é crítico, mas o PSD e eu próprio temos a obrigação histórica de construir um projeto político alternativo, que dê uma nova esperança aos gaienses. Nunca virei as costas à minha terra.
O que ficou por fazer em Gaia nos últimos quatro anos?
Dou três exemplos, mas podia dar mais. A nova ponte anunciada em 2018 para estar pronta em 2022; pelos vistos agora arrancará em 2023 e estará em parte operacional em 2025. No que respeita à Linha Amarela, no início de 2017 foi decidido prolongar a linha, em ano de eleições. Passaram quatro anos, há apenas uns trabalhos exploratórios e mais anúncio, feito em março passado, novamente a poucos meses de eleições, de que agora é que as coisas vão arrancar a sério. O pomposo anúncio do multiusos. Não passou de uma manifestação de vontade. Agora, em 2021, seria o primeiro ano de atividade, mas só em maio último é que a Câmara confirmou a decisão de contratar a empreitada.
A Câmara podia ter sido mais ativa na criação de emprego?
A captação de investimento poderia passar pela disponibilização de espaços para incubação de empresas e centros empresariais a preços acessíveis. Neste capítulo, é prioritário o centro empresarial de Sandim, que deveria incluir um polo tecnológico com ligação estreita à Universidade do Porto. Outra coisa que foi prometida por este Executivo e que está por fazer.