<p>A recuperação do antigo quartel dos bombeiros de Valongo deverá começar em Novembro e deverá ficar pronta num ano. O edifício, abandonado há 11 anos, vai albergar serviços da Câmara. Chamar-se-á Casa do Município</p>
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O edíficio do Largo Centenário, em Valongo, já foi quartel dos bombeiros voluntários durante 116 anos. Antes disso, ali funcionaram as primeira salas de cinema e teatro da cidade. O protocolo para a requalificação do antigo quartel é hoje formalizado entre a Câmara e a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Valongo, proprietária do edifício. À Autarquia cabe a elaboração do projecto e a execução das obras fica a cargo daquela associação. A Câmara pagará uma renda à associação, por um período mínimo de 15 anos.
O autor do projecto,Vítor Sá, prevê que a Casa do Município (assim se vai chamar) esteja pronta a funcionar daqui a cerca de um ano. Para o arquitecto, era "urgente" recuperar este edifício de inícios do século XX, "não pelo seu valor histórico, mas pelo valor patrimonial e afectivo, pois representa uma memória para a população de Valongo".
O interior do edíficio vai ser demolido, mas a preservação dos elementos arquitectónicos da fachada foi uma das preocupações. "A fachada vai descolar da que já existia. E é como se a fachada antiga respirasse sozinha", sublinha. No primeiro piso da Casa do Município funcionarão cinco gabinetes de secretariado, uma sala de atendimento e outra de reuniões. No segundo andar terá lugar o salão nobre, que ocupará dois pisos. Com capacidade para cem pessoas, o salão "multifacetado" poderá vir a acolher outro tipo de ventos, para além das reuniões de Câmara. O último piso, que permite acesso ao salão nobre, será ocupado por gabinetes de apoio à presidência e à vereação. "Por todo o edíficio haverá circuitos verticais, com elevador e escadas", explica o arquitecto.
No projecto de requalificação, que estará concluído no final do mês, Vítor Sá pretende primar pela simplicidade, "para que as pessoas se revejam nele".
Para o presidente dos Bombeiros de Valongo, Armando Pedroso, este projecto é um "sonho antigo". Isto porque várias iniciativas de reabilitação já haviam sido propostas, mas nunca concretizadas. Já esteve para ser as instalações do tribunal, depois esquadra da polícia, ou até biblioteca, "mas nunca houve interesse politicamente", revela Armando Pedroso.