Visto da rua, é apenas um restaurante fechado, com o gradeamento de alumínio à frente dos vidros da porta e das montras, mas no antigo estabelecimento de Valbom, no concelho de Gondomar, vive, há um ano, um casal com um filho de 12 anos.
Corpo do artigo
Luísa Loureiro, que aos 44 anos tem a vida virada do avesso e chegou a estar num hostel e num alojamento de emergência com a família, desespera-se: “Não aguento mais viver neste buraco e tomar banho na cozinha”.
Entra-se na loja – aparentemente devoluta - e esbarra-se nas costas de um roupeiro. Diante do móvel, uma minúscula mesa periclitante serve de apoio ao computador de Nuno, que frequenta o 6ª ano e não dispõe de um espaço adequado para estudar. No meio do pequeno espaço, que já terá servido de sala de jantar, estão a cama do casal e a do rapaz, e junto a uma montra lateral há vários caixotes alinhados com alguns dos pertences da família, que calcula o orçamento mensal a somar os 521 euros de Rendimento Social de Inserção (RSI) e os cerca de 70 de abono de Nuno e deixou de poder pagar os perto de 400 euros de renda do espaço.