Casal desalojado em incêndio em risco de ficar esta segunda-feira na rua e perder filhos
Lívia Camargo e Paulo Faria, um casal com três filhos menores, têm até esta segunda-feira para encontrar uma casa. A família ficou desalojada, em novembro, após a habitação onde vivia, em Lisboa, ter ardido. Desde então, tem dormido em hostels e chegou a pernoitar na rua.
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Lívia diz que não consegue encontrar casa a preços acessíveis ou, quando encontra, são exigidas cauções que o casal não consegue suportar. Se não encontrarem solução esta segunda-feira, correm o risco de perder as crianças.
"Temos de encontrar casa até segunda-feira , mas todos os senhorios pedem três cauções ou fiador. Não sei como vamos fazer", afirma Lívia desesperada. Concorreram ao Programa de Arrendamento Apoiado, mas não obtiveram pontuação suficiente para que lhes fosse atribuída casa municipal e, mais recentemente, ao Programa Renda Acessível e aguardam os resultados.
A casa onde viveram até final de novembro foi para obras após o incêndio e tinham esperança de voltar, mas, segundo Lívia, o senhorio alugou-a a outros.
Comissão de Proteção de Crianças e Jovens disse-nos que se até segunda-feira não arranjarmos apartamento é com muita pena que vai ter de fazer o acolhimento das crianças
Sem habitação, o casal teme ainda perder os filhos. "A Comissão de Proteção de Crianças e Jovens disse-nos que se até segunda-feira não arranjarmos apartamento é com muita pena que vai ter de fazer o acolhimento das crianças", lamenta.
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) diz que, desde o início, tem realizado "um acompanhamento regular no apoio à procura de alternativa, o pagamento de alojamento e resposta alimentar".
A instituição explica que "juntamente com a Junta de Freguesia de Arroios e a Câmara de Lisboa, continua empenhada no apoio à família na procura de alternativa habitacional no mercado privado". Diz, contudo, que esta "tem rejeitado a possibilidade de arrendamento de habitação fora da cidade de Lisboa".
A SCML confirma que o casal tem de apresentar, até hoje, "propostas concretas de arrendamento", mas, diz que "assume o pagamento do hostel até ao dia 8, ou mais uns dias, caso tenham necessidade de iniciar e transferir os seus bens para a nova morada, no dia 15 ou no início do mês de junho".