Os piores receios de Fernanda Rodrigues estão prestes a concretizar-se. A casa onde tem vivido, na Rua do Arco, em S. Pedro da Cova, vai ser demolida esta quarta-feira.
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Os piores receios de Fernanda Rodrigues estão prestes a concretizar-se. A casa onde tem vivido, na Rua do Arco, em S. Pedro da Cova, vai ser demolida hoje. Trata-se de um pré-fabricado que pertence à Câmara e que já não tem condições para ser habitado. Mas a história é um pouco mais complicada: Fernanda recebeu ordem de despejo, por ocupação ilegal. Agora, terá de ser realojada a título temporário para, depois, se candidatar à habitação social.
"Estou aqui há quase 30 anos e só agora é que vêm dizer que estou ilegal", afirmou Fernanda ao JN, ontem, insistindo que a casa fora construída em 1990, com a ajuda de várias pessoas, num terreno cedido por um particular. Foi essa a versão que nos contara em 2011, quando começou a perceber que corria o risco de despejo. Nessa altura, a Autarquia justificou a medida com a falta de pagamento de rendas.
Segundo Carlota Teixeira, chefe da Divisão da Habitação Social da Câmara de Gondomar, a presente ordem de despejo surge no cumprimento de uma sentença de desocupação emanada do Tribunal da Relação do Porto e transitada em julgado em 2012. "Desde o início do mandato temos trabalhado com esta família para não se chegar a uma situação tão drástica", acrescentou a responsável, sublinhando que a família "sempre recusou qualquer tipo de apoio de diversos organismos para encontrar uma solução".
"Na rua ninguém dorme. A não ser que recuse as respostas que lhe são apresentadas", disse ainda Carlota Teixeira a propósito da demolição de hoje, prevista para as 10 horas. Com o despejo e a demolição, a resposta de emergência que for dada poderá ser encontrada pela Segurança Social ou pela Ação Social da Câmara.
Fernanda vive no pré-fabricado com o marido, mas até há pouco tempo também lá residiam o filho, a nora e o neto.