<p>O excesso de álcool e a sonolência terão estado na origem de um violento acidente que anteontem provocou a morte a um casal, na A22, em Lagoa. A viatura em que seguiam ficou completamente desfeita. As vítimas tiveram morte imediata.</p>
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O sinistro envolveu uma segunda viatura com apenas um ocupante, que ficou ferido sem gravidade. O acidente aconteceu por volta das 23.30 horas a seguir ao nó de Silves da A22 no sentido Faro/Portimão. O carro, um BMW, despistou-se e transpôs as barreiras de protecção do lado direito da via. Depois, subiu parcialmente uma encosta, acabando por capotar e ficar voltado ao contrário no meio das duas faixas de rodagem.
O condutor, Marco Coutinho, de 48 anos, e a companheira, Maria de Lurdes, não resistiram aos ferimentos e acabariam por morreram ainda no local. O embate foi de tal forma violento que o motor do BMW foi projectado ao longo de vários metros. Foi precisamente contra o motor que colidiu um segundo veículo, que circulava no mesmo sentido. Situação que o condutor não conseguiu evitar apesar de, segundos antes, ter visto alguém na berma da estrada - que parou para acudir ao acidente - a gesticular, alertando para o perigo. O homem sofreu ferimentos ligeiros, tendo sido transportado apenas por precaução ao Hospital Central de Faro. Contactado pelo JN, revelou estar "demasiado perturbado" e não quis falar sobre o acidente.
Visto a beber num café
Segundo foi possível apurar, anteontem, algum tempo antes do acidente, o casal esteve num café de Silves durante algumas horas. Marco Coutinho foi visto a ingerir bebidas alcoólicas e quem o conhecia revelou às autoridades que tinha problemas de alcoolismo há vários anos. Relatos que levam os elementos do Núcleo de Investigação Criminal do Destacamento de Trânsito (DT) de Faro da GNR a suspeitar que na origem do acidente tenha estado o excesso de álcool, aliado à sonolência.
Vendiam em feiras ambulantes
Marco e Maria de Lurdes viviam em união de facto há vários anos, em Silves. A mulher tem dois filhos de um anterior relacionamento. Um vive com o pai, também em Silves, e o outro está em Inglaterra. O casal não tinha emprego fixo e sobrevivia do que conseguia vender em feiras de velharias.
A A22 esteve cortada até cerca das 5 da manhã, para que os militares do DT da GNR procedessem à recolha de indícios que permitam esclarecer as causas do acidente e ainda para que decorressem os trabalhos de remoção dos cadáveres e dos destroços da viatura.