Após interregno por causa da pandemia dezasseis casais de várias freguesias da capital vão dar o nó.
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Dois anos depois de receberem a notícia pela qual mais ansiavam, os noivos de Santo António ainda tiveram de esperar dois anos para concretizarem um sonho antigo, que vai finalmente realizar-se daqui a um mês, a 12 de junho. Em 2020, a pandemia covid-19 adiou o casamento dos 16 casais selecionados para os Casamentos de Santo António, que foram oficialmente anunciados, esta quarta-feira, no Cineteatro Capitólio, em Lisboa. A iniciativa é organizada pela Câmara de Lisboa e pela Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC) há 25 anos.
Liliana Lamego, 39 anos, e José Silva, 42 anos, já queriam casar "há 18 anos", o tempo de namoro, mas, "foram adiando por questões financeiras e outras". "Quando finalmente decidimos concorrer veio a pandemia. No ano seguinte, em 2021, voltamos a ficar na expectativa", recorda a noiva. Mas nem tudo foi mau no "compasso de espera". "Nos Casamentos de Santo António só podem participar crianças a partir dos seis anos e um dos nossos filhos completou essa idade este ano, por isso já pode ir", conta.
De brilho no olhar e sempre a sorrir, José Silva não consegue esconder a satisfação. "Estou muito feliz, era uma coisa que queria muito e não é fácil ser selecionado. Fomos abençoados", partilha o noivo de Liliana, que vive na Ajuda com a namorada. Rui Barros, 44 anos, de Marvila, diz que "foi como se me saísse o Euromilhões". "Ter um casamento com esta exuberância não é fácil. Se não fosse através desta iniciativa teríamos uma festa mais simples", diz entusiasmado o noivo de Joana Simões, 40 anos. "Descer a Avenida da Liberdade vai ser muito gratificante", acrescenta Joana emocionada.
Os dois casais fazem parte dos 11 que casarão na Sé de Lisboa, como é tradição. Os outros cinco, casarão pelo registo civil. Cada casal poderá levar 20 convidados, uma realidade muito diferente daquela que viveu quem se casou há 50 anos. "Só podíamos levar os pais e os padrinhos, mas na altura éramos 60 casais", conta Maria Mendes, 73 anos, que casou em 1972. "Só tivemos dez pessoas à mesa, mas foi um dia muito feliz. As noivas iam do Parque Eduardo VII para a Sé num carocha volkswagen", recorda o marido Vítor Mendes, 74 anos, que só não teve lua de mel, ao contrário dos casais agora selecionados.