Câmara da Póvoa de Varzim vai avançar para tribunal. Junta vai fazer queixa à Comunidade Europeia por má aplicação dos mais de 19 milhões de euros.
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A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) diz que "estão reunidas as condições" para licenciar o aterro de Paradela, em Barcelos. O certo é que, nas vizinhas freguesias de Rates e Laundos, o mau cheiro constante continua. "Inqualificável", diz a Câmara da Póvoa de Varzim, que vai, ainda este mês, avançar para tribunal. A Junta de Laundos vai denunciar a situação à Comunidade Europeia, que investiu na unidade da Resulima mais de 19 milhões de euros.
Depois de uma nova vistoria, a 4 de janeiro, a CCDR-N garante ter verificado "a conformidade das instalações com as normas legais e regulamentares aplicáveis, com as condições estabelecidas na decisão de autorização do projeto e com as explanadas na licença ambiental". Ainda assim, dá dois meses à Resulima para apresentar os resultados do "estudo de avaliação de medidas adicionais de mitigação da emissão de odores", criar "uma barreira cénica" e instalar "uma cortina arbórea no extremo sul".
"É inqualificável o que está no ofício da CCDR-N. Se têm dois meses para corrigir, é porque não está tudo bem", afirma, revoltado, o presidente da Câmara. Aires Pereira lembra que o mau cheiro, que se sente a mais de um quilómetro, se mantém há um ano e está a fazer desesperar as populações. A Câmara está, agora, a ultimar uma providência cautelar para parar o funcionamento do aterro (até que sejam resolvidos os problemas), que deve entrar ainda antes do final do mês.
Já a junta de freguesia de Laundos anunciou que vai "denunciar o caso à Comunidade Europeia", porque, se o "pivete" continua, é porque os mais de 19 milhões de euros "não foram aplicados no que se propôs".