Cerveira faz apelo aos dois lados da fronteira para acudir a lar tomado pela covid-19
A Câmara e a Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Cerveira chamaram trabalhadores infetados, assintomáticos, e lançaram um apelo à população local e também da vizinha Galiza, para ajudar o Lar Maria Luísa naquele concelho que foi tomado pela covid-19.
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Com a totalidade dos seus 66 utentes positivos, 32 funcionários infetados, 10 de baixa prolongada, e com apenas 10 no ativo, o lar está "perante uma situação de calamidade", referem as duas instituições, num comunicado conjunto divulgado esta terça-feira à tarde, onde afirmam: "Mediante a disponibilidade de alguns trabalhadores para regressar ao trabalho, mesmo estando positivos, mas assintomáticos, foi colocada à consideração da Saúde Pública e da ULSAM a autorização para estes poderem prestar o apoio aos utentes, tendo em conta que a taxa de infeção no lar é de 100%".
Justificam ainda que "desencadearam todos os meios legais e logísticos ao dispor para conseguir apoio a esta emergência, nomeadamente Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), Delegação Distrital de Saúde, Segurança Social e Direção-Geral de Saúde". E que à solicitação de "pessoal médico e auxiliar" obtiveram "resposta escassa", devido à mobilização dos recursos existentes para outros locais, pelo que partiram para um apelo à sociedade civil dos dois lados da fronteira para que se voluntarie para acudir ao Lar Maria Luísa.
"A Câmara Municipal recorreu à Bolsa de Voluntários do Concelho de Vila Nova de Cerveira e do Concelho de Tomiño (Galiza), ao abrigo da colaboração da Eurocidade Cerveira-Tomiño, contactou o Instituto de Emprego Formação Profissional do Alto Minho e o Centro de Emprego da Xunta da Galicia para recrutar pessoas dentro da área para desempenhar funções, estando a aguardar-se resposta", informa ainda o mesmo comunicado, acrescentando ser necessário "encontrar pessoas voluntárias para prestar o necessário e devido serviço de apoio aos utentes".
Foi ainda lançado "um apelo público aos familiares dos utentes e a pessoas da comunidade em geral para prestar serviço de voluntariado".
"Tratando-se de uma situação urgente e que carece de uma intervenção musculada de emergência das autoridades de saúde regionais e nacionais para prestar os cuidados de saúde e higiene necessários, a Câmara Municipal e a Santa Casa da Misericórdia agradecem a todos os que sem hesitar se disponibilizaram para apoiar", concluem as duas instituições.