A zona Sul do país, nomeadamente o Algarve e o Alentejo, voltou a sentir os efeitos da chuva intensa e do vento durante a madrugada e a manhã de ontem, terça-feira.
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Dezenas de estradas e explorações agrícolas ficaram inundadas e várias estufas destruídas. E nem o Aeroporto de Faro escapou à intempérie, cujo interior sofreu também uma inundação.
A zona centro foi também fustigada, nomeadamente no distrito de Santarém, onde, a meio da tarde, foi activado o Plano de Especial de Emergência para Cheias no Tejo. A Protecção Civil recomendou à população que retirasse animais, objectos agrícolas e outros bens das zonas normalmente inundáveis. À hora do fecho desta edição, os moradores destas zonas mantinham-se em alerta, mas, segundo o JN apurou, o pico da cheia estava previsto apenas para o dia de hoje.
No Algarve, onde o alerta amarelo se vai manter activo até sábado, o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Faro registou, até à hora do almoço, cerca de 47 ocorrências. Apesar disso, não se registaram danos em pessoas nem desalojados.
No aeroporto, a forte chuvada, registada ao final da manhã, provocou a inundação de parte do aeroporto, obrigando ao encerramento de diversos balcões de companhias aéreas e de aluguer de automóveis.
Uma funcionária da "Portway", que descreveu a situação como "um verdadeiro dilúvio", contando que o balcão onde trabalha ficou "totalmente alagado".
Já no Alentejo, em São Luís, concelho de Odemira, os bombeiros tiveram de resgatar cinco jovens que ficaram mais de 18 horas retidos em dois automóveis, devido à subida do caudal de uma ribeira.
Quando os jovens chegaram aquele local, segunda-feira, "chovia muito" e havia "várias poças de água", mas o caminho rural por onde seguiram "estava transitável", contou à Lusa Tiago Pinto, um dos resgatados. Três horas depois, tentaram sair mas "foi impossível, porque entretanto o caminho ficou inundado",
"Como não tínhamos rede nos telemóveis, não conseguimos ligar para os bombeiros, ficamos retidos e tivemos que passar a noite no local", explicou o jovem, referindo que, só ontem de manhã, por volta das 9. 45 horas, "por sorte", é que conseguiram rede para ligar aos bombeiros.