O mau tempo previsto para esta quinta-feira obrigou a organização da peça "A Paixão de Cristo", que costuma realizar-se ao ar livre em frente ao mosteiro românico de Bravães, em Ponte da Barca, a mudar a encenação para o pavilhão municipal da vila.
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Há 16 anos que a freguesia de Bravães encena a peça e esta é a segunda vez que se vai realizar no pavilhão municipal por causa do mau tempo.
"No pavilhão também podemos fazer o teatro de rua e temos a vantagem de estarmos abrigados, apesar de não ser a mesma coisa que o Mosteiro de Bravães, mas o tempo assim obriga", admitiu Jaime Ferreri, encenador da peça. A representação, acrescentou, ocupará toda a extensão do pavilhão, com alguns cenários incluídos.
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"Penso que esta mudança não vai ter implicações no número de pessoas que vão assistir à peça, até porque para o público, o pavilhão acaba por ser mais confortável porque também tem bancadas e as pessoas não terão frio", disse Pedro Silva, presidente da Junta de Bravães e um dos atores mais empenhados da peça ao assumir o papel de acusador de Jesus Cristo.
Baseada no guião de "A Mui Dolorosa Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo", da autoria do padre Francisco Vaz, esta peça conta com a participação de mais de 100 pessoas, entre atores, figurantes e técnicos. Os "Canários de Bravães" é a associação que organiza a peça há 16 anos na freguesia e todos os atores são amadores e naturais da pacata freguesia barquense, sendo grande parte deles muito jovens.
"Para mim é um prazer ver o desenvolvimento da cidadania destes jovens e esta paixão pela Paixão de Cristo. Isto começou por uma paixão minha, mas eles já tomaram conta dela e para mim é fantástico poder assistir a isso", salientou o encenador.
Este ano, antes do início da peça, voltará a ser recriada uma tradição secular do Alto Minho com cânticos de ementar (evocar) as almas.
Para a realização desta peça, a Associação Cultural "Os Canários de Bravães" conta com a colaboração da Junta de Freguesia Bravães e da Câmara de Ponte da Barca.