Em reconhecimento pelo apoio dado ao movimento associativo em termos autárquicos, Câmara do Porto, Manuel Pizarro e Ilda Figueiredo foram homenageados neste domingo pelo Círculo Católico de Operários do Porto, no almoço que assinalou os 125 anos da instituição. A cerimónia não contou com Rui Moreira, que se fez representar por Fernando Paulo, mas tanto o atual ministro da Saúde, distinguido pela qualidade de antigo vereador, como a eleita pela CDU na Autarquia marcaram presença.
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Do leque de figuras distinguidas fizeram ainda parte o padre Agostinho Jardim Moreira, presidente de Rede Europeia Anti-Pobreza em Portugal, e o cónego Fernando Milheiro, entre outros.
Em nome pessoal, José Maria Silva, presidente da Assembleia Geral, fez questão de prestar homenagem também ao atual presidente da Direção, Manuel Vieira, que assumiu o cargo há nove anos. "Assumiu esta batalha quando o Círculo estava na ruína", disse José Maria Silva, salientando que o dirigente o fez apesar das suas "dificuldades de mobilidade". Ao JN acrescentaria que Manuel Vieira "é dos primeiros a fazer qualquer coisa", mesmo com as dificuldades que tem e com o peso natural dos seus 88 anos.
O presidente lembrou que o Círculo Católico de Operários do Porto é o mais antigo círculo católico do país e um dos três restantes: dos 25 que existiram em Portugal, permanecem também ativos os de Barcelos e Vila do Conde. Recordou ainda que "a primeira Direção foi constituída pelos trabalhadores do calçado e alfaiates", como ele foi.
Manuel Pizarro aproveitou a ocasião para "enaltecer o papel que o mundo associativo" tem na cidade do Porto, salientando que valores como a liberdade e a solidariedade devem muito a instituições como esta. Já o vereador Fernando Paulo referiu que o Círculo Católico de Operários do Porto é um exemplo de como "o associativismo tem força, tem futuro e tem um projeto nos dias de hoje".
A data associada à fundação do Círculo Católico de Operários do Porto é o dia 9 de junho de 1898 e os estatutos foram formalmente aprovados em agosto desse ano. Ao contrário de outros, não teve um padre como fundador, mas sim o jornalista Manuel Frutuoso da Fonseca, que se manteve à frente da agremiação até à sua morte, em 1908.