Filipe Ferreira, de Gaia, sofre de síndrome rara que não o deixa ver, andar ou falar e precisa de 50 mil euros para tratamentos em Cuba. Associação e clubes de futebol de Vila do Conde juntaram-se para ajudá-lo a angariar a verba.
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Sensibilizados com a luta de Nelson e Mara Ferreira, que precisam de angariar 50 mil euros para que o filho, Filipe, possa ser tratado em Cuba, os representantes de uma associação de Árvore e de um clube desportivo de Vila Chã, ambos em Vila do Conde, uniram-se para desafiar as equipas de futebol amador do concelho a ajudar o rapaz de Gaia, de 18 anos, que também é conhecido como Pipinho e não fala, anda ou vê.
“Foi uma iniciativa da nossa associação, juntamente com o Futebol Clube de Vila Chã, e surgiu no início do campeonato de futebol amador de Vila do Conde. Apresentamos a ideia à Associação de Futebol Amador de Vila do Conde, e desafiamos os 19 clubes do concelho que estão a participar no campeonato a ajudar o Pipinho, e todos aceitaram o desafio”, conta ao JN Bruno Brini, presidente da Associação Desportiva de Árvore Forças Segurança Unidas (ADAFSU), que reúne polícias, profissionais da segurança privada e bombeiros.
“O Pipinho precisa de 50 mil euros para fazer três meses de tratamento intensivo”, lembra o líder da ADAFSU, explicando que, para ajudar a angariar a verba, “cada clube gere as suas iniciativas”, as quais são concretizadas durante os jogos do campeonato. Como acontecerá no próximo sábado, dia 26, durante o Fornelo-Rio Mau, que está marcado para as 21 horas, no campo do Fornelo, e contará com a presença de Pipinho, “a convite do clube do Fornelo, onde joga o Ukra, ex-jogador do Rio Ave”.
“Geralmente, é o clube que joga em casa que promove a iniciativa, através da receita da bilheteira, do sorteio de uma camisola do clube, de rifas... Mas claro que o clube adversário também participa, porque leva os adeptos. O futebol concelhio movimenta muita gente”, nota Bruno Brini, que está satisfeito com a adesão dos clubes e apela à solidariedade de todos os simpatizantes.
“O desafio é ver qual é o clube de Vila do Conde que consegue a verba maior”, diz o presidente da ADAFSU, que em setembro lançou o livro “Um chuto solidário”, no qual retrata várias causas apoiadas pela associação e cujas vendas revertem para a solidariedade. “Já conseguimos um lucro de mil euros com a venda do livro, o qual será doado à causa do Pipinho”, adianta Bruno Brini.
Filipe nasceu há 18 anos, com a síndrome de Norrie, que o impede de ver, andar e falar. Ao longo dos anos, tem feito fisioterapia intensiva numa clínica privada, uma despesa mensal que ronda os dois mil euros, bem acima do único vencimento que entra na casa de Gaia – o do pai do rapaz, Nelson Ferreira, que aufere o ordenado mínimo.
Para fazer face às despesas mensais avultadas, a família multiplica esforços: Mara e Daniela - irmã de Filipe - criaram a Oficina do Pipinho, onde fazem trabalhos de artesanato para ajudar a pagar os tratamentos. Por outro lado, Nelson continua a recolher sucata, de forma a compor o orçamento. E mantêm a campanha de angariação de donativos através da página de Facebook “Todos juntos pelo Filipe Ferreira”. A família, que tem esperança de ver Filipe andar, quer agora levá-lo à clínica Ciren, em Cuba, para fazer três meses seguidos de tratamento intensivo.
Os interessados em ajudar podem fazer donativos para a conta de Pipinho, que tem o NIB 003501240001656900080, ou por MBWay, através dos números 968484343, 911960801 ou 916373288.