O comandante das Forças Terrestres do Exército, tenente-general Maia Pereira, alertou esta sexta-feira para os sucessivos acidentes com militares, nas duas últimas semanas, recomendando "prevenção e cautela”.
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O comandante militar falava em Braga, na cerimónia de posse do novo comandante do Regimento de Cavalaria 6, coronel Rebola Mataloto, tendo enumerado os acidentes de 25 de dezembro de 2023 a 1 de janeiro e ainda o mais recente, esta quinta-feira.
“Foram todos acidentes com consequências graves e a nossa primeira preocupação é cuidar do bem-estar das mulheres e dos homens que servem nas nossas fileiras, pelo que recomendo mais prevenção e cautela”, apelou o tenente-general Maia Pereira.
Ainda segundo aquele oficial-general, “no primeiro caso foi um camarada, no segundo caso um outro camarada e no terceiro caso dois camaradas”, referindo-se ao despiste do camião militar, que ocorreu na quinta-feira, na A1, em Oiã, Oliveira do Bairro.
Dirigindo-se aos militares em parada no Quartel do Areal, em Braga, onde está sediado o Regimento de Cavalaria 6 (“Dragões de Entre Douro e Minho”), o comandante das Forças Terrestres afirmou que são eles que "verdadeiramente fazem o Exército”. “Para além dos vossos deveres militares, vós só tendes um dever, que é o de preservarem-se, por isso apelo a todos sem exceção para que tenham mais cuidado e que cuidem de vós próprios”, salientou o tenente-general Maia Pereira, falando aos militares.
“Nós não podemos viver todos cada dia à espera de um telefonema dando conta de mais um acidente envolvendo militares”, acrescentou o tenente-general Maia Pereira, saudando todos e desejando as melhoras aos quatro militares recentemente feridos.
Prioridades do novo comandante do RC6
Entretanto, o novo comandante do Regimento de Cavalaria 6 (RC6) de Braga realçou que as prioridades das suas novas funções “serão manter o que está bem e melhorar o que se puder, apostando sempre nas pessoas, que estão sempre acima de tudo”.
A interligação histórica do RC6 com a população minhota foi enaltecida pelo coronel Rebola Mataloto, anunciando que já é possível "contratar jovens da região, com o recrutamento local, garantindo-lhes assim que prestarão serviço militar em Braga”.
Segundo o oficial superior da Arma de Cavalaria, “há ainda o regime contrato especial que permite estender prazos do regime de contrato de praças [soldados e cabos], que eram inicialmente apenas de seis anos, o que ajudará ao recrutamento”.
“Queremos que os jovens venham, fiquem e sirvam o Exército, as Forças Armadas e Portugal, pelo que estaremos atentos no recrutamento de jovens, dando-lhe boas condições, pois as pessoas são o mais importante”, disse o novo comandante do RC6.
Depois de reconhecer “o défice de novos militares que é público”, disse “haver atratividade, porque as candidaturas superam as necessidades, mas nem sempre as incorporações”, explicando que tal acontece porque nem todos os candidatos chegam às fileiras.
O coronel Rebolo Mataloto anunciou ainda que serão abertas as portas do regimento às pessoas que passam no local "diariamente", porque ao mostrar o trabalho que ali é feito todos os dias, "de certeza" que irão "atrair ainda mais jovens”.
De acordo com o novo comandante do regimento, também será divulgado "o serviço militar através do Gabinete de Atendimento ao Público, que está a funcionar nas instalações da Junta de Freguesia de São Vicente, em Braga”.
Além das missões internacionais do RC6, Rebola Mataloto salientou “o apoio às populações e autarquias locais, que sucede na fase dos incêndios rurais”.
A posse do novo comandante do RC6, que substitui o coronel Martins Henriques, cuja ação meritória foi destacada durante a cerimónia, foi conferida esta sexta-feira pelo comandante da Brigada de Intervenção do Exército, brigadeiro-general Mendes Farinha.
O coronel Rebola Mataloto, de 49 anos, natural de Redondo, Alentejo, afirmou-se “muito honrado por comandar esta unidade militar de referência da Arma de Cavalaria, do Exército e das Forças Armadas Portuguesas em Portugal e ainda no estrangeiro”.