<p>O "Vouguinha", a locomotiva a vapor que marcou a vida de muitos aveirenses, pode regressar à Linha do Vouga em forma de comboio turistico e pedagógico para mostrar o passado aos visitantes e alunos.</p>
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O comboio a vapor pode regressar à Linha do Vouga se a Fundação do Museu Nacional Ferroviário e a CP aceitarem a sugestão da Câmara de Águeda, que pretende recuperar uma locomotiva e respectivas carruagens para efectuar, numa fase inicial, o troço de dois quilómetros entre Sernada e Macinhata e, posteriormente, todo o trajecto que resta da Linha do Vouga, entre Aveiro e Espinho. As viagens do "Vouguinha", que teriam um caracter turístico e pedagógico, estão dependentes de uma análise que está a ser efectuada por um perito a uma locomotiva, do início do século passado, que se encontra no depósito de Sernada e que deixou de laborar em 1999.
O regresso do comboio a vapor não está previsto previsto no protocolo ontem assinado entre a Câmara de Águeda e o Museu Nacional Ferroviário para a gestão partilhada do Núcleo Museológico de Macinhata do Vouga, entidade que tem gerido o museu (e também o depósito de Sernada). A autarquia quer "acabar com o marasmo e algum abandono a que o espaço estava votado", afirma Jorge Almeida. O museu está muitas vezes fechado, só abrindo com marcação prévia, sendo evidente a desorganização. Não há um número exacto de visitantes, calcula-se que rondem os 2000 por ano, e quem os recebe não pode ajudar, por exemplo, os turistas estrangeiros (ontem apareceram uma dezena no espaço de uma hora) por não falar inglês ou francês.
A partir do protocolo de ontem a gestão diária e a manutenção passa a ser feita pela Câmara, que promete abrir igualmente ao público alguns edifícios do complexo oficinal de Sernada, que fica com um segundo pólo do Núcleo Museológico de Macinhata.
O acordo é um dos pontos de partida para o "Sernada -Museu Vivo", que contempla a ciclovia até Viseu (usando a via desactivada da Linha do Vouga), um projecto intermunicipal em fase de elaboração, e uma série de outras ideias (ver ficha).
O "Sernada -Museu Vivo", que assenta maioritariamente na recuperação de edifícios e comboios, está orçado em cerca de 1,5 milhões de euros.
"A Câmara pretende entregar a gestão de todos os projectos a privados, ficando como supervisora", adiantou, ao JN, o presidente da autarquia, Gil Nadais. No entanto, se não aparecerem privados, a autarquia admite outras hipóteses, como uma empresa municipal para gerir o projecto, diz Nadais.