Sindicato acusa a gerência de ter aguardado pela produção de todas as peças encomendadas para depois proceder ao despedimento.
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A Confeções R. Piairo, em Santo Estevão de Briteiros, no concelho de Guimarães, avançou com "o despedimento coletivo selvagem de aproximadamente 50 trabalhadores, esmagadoramente mulheres", denuncia o Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes. Os funcionários concentraram-se, esta sexta-feira, em frente às instalações da empresa para denunciar o "despedimento ilegal".
O sindicato acusa a empresa de estar a fazer um "despedimento selvagem" envolvendo cerca de meia centena de pessoas, a grande maioria mulheres. Estes trabalhadores, despedidos a 2 de maio, ainda não receberam os salários de março e abril. Os operários promoveram, na manhã desta sexta-feira, uma concentração junto à empresa, seguida de uma marcha em direção à EN 310, que liga Guimarães à Póvoa de Lanhoso, para denunciar aquilo que classificam como um "despedimento ilegal".
PER foi negado
Segundo os trabalhadores, o despedimento foi feito de forma inesperada, apesar de serem conhecidos os problemas de tesouraria da empresa. De acordo com Francisco Vieira, do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes, a empresa "tem um passivo de um milhão e meio de euros" e foi-lhe rejeitado um Processo Especial de Revitalização (PER), apresentado em novembro de 2022.
Para o Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes, o comportamento do patrão, Renato Piairo, "foi desonroso", uma vez que, quando comunicou o despedimento aos trabalhadores, prometeu pagar-lhes os ordenados de março e abril, o que não aconteceu até esta data. "O patrão esperou que os trabalhadores confecionassem todas as peças existentes na empresa para proceder ao despedimento coletivo, o que para nós, sindicato, configura lock-out", acusa o sindicato.
O JN tentou contactar a administração da Confeções R. Piairo, sem sucesso.