<p>Movimento no Sabugal culpa os bombeiros e a Protecção Civil de "não terem actuado" e, quando o fizeram, "fizeram-no mal", durante os incêndios que deflagaram no concelho nos finais do mês de Agosto.</p>
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O denominado Movimento de Cidadãos Naturais e Residentes nas Freguesias do Concelho do Sabugal critica, num abaixo-assinado, a "deficiente e absolutamente ineficaz actuação" dos bombeiros e Protecção Civil nos grandes incêndios que lavraram na zona de Sortelha e Casteleiro entre 30 de Agosto e 2 de Setembro.
O protesto foi subscrito por 200 cidadãos que se dizem "profundamente tristes, magoados e muito desapontados com a fraca, inútil e displicente prestação dos bombeiros". O documento já seguiu para o ministro da Administração Interna, presidente da República e entidades locais. Os signatários esperam que "algo seja corrigido no futuro", pois alegam que os incêndios tomaram aquelas proporções - 8000 hectares ardidos, segundo dados oficiais - devido à "ausência de desempenho, à inoperância de técnicas, abandono de prioridades e desleixo flagrante" dos intervenientes.
E exemplificam: "Enquanto o incêndio devorava áreas de 'mata e pinhal', os bombeiros aguardavam, inertes, a chegada das chamas às estradas que a GNR ia interditando, sem fazerem uma única tentativa de combate no terreno", criticam. Uma situação que, refere o abaixo-assinado, contrastou com "a atitude brava dos populares que, indo buscar forças onde já não as havia, se estiolavam num combate desproporcional e injusto, sem medo, mas também sem forças e sem meios".
Na sua opinião, "as chefias" estiveram "excessivamente preocupadas" em mostrar aos media "os meios e a vaidade dos tripulantes", em vez de cumprir "a obrigação e o papel" que as populações esperam dos bombeiros. "Estamos certos que alguns deram o melhor de si, mas muitos deles nem sequer terão precisado de lavar a farda", concluem.
Os signatários esclarecem também que o "desagrado e protesto não visam culpabilizar os bombeiros e a Protecção Civil pela catástrofe natural que se desencadeou de forma não conhecida, mas visam denunciar a total ausência de esforço e de acção que, seguramente, teriam reduzido muito as consequências funestas destes incêndio. (…) Estivemos no terreno, vimos e vivemos de perto os factos".