A Continental de Lousado, Famalicão, tem produzido, este ano, pneus neutros em termos de CO2. Este é um passo que a gigante alemã considera “importante” para atingir o objetivo de “produção completamente neutra” em CO2 até 2040, em todas as suas fábricas de pneus.
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Segundo explica fonte da fábrica de Lousado em nota enviada à imprensa, tal só é possível graças a uma caldeira inovadora, que funciona inteiramente com eletricidade.
A unidade de Lousado utiliza energia solar e eletricidade renovável da rede elétrica para a geração a vapor mas, anteriormente, o gás natural era utilizado como única fonte de energia para a geração de vapor.
“Na indústria de pneus, grande parte da energia consumida é utilizada para gerar vapor, necessário para dar forma aos pneus, no processo conhecido como vulcanização”, revela fonte da empresa. “A energia térmica transforma a borracha bruta em borracha flexível e elástica”, acrescenta.
“Estamos a demonstrar que mesmo as fábricas de pneus de grandes dimensões podem atingir uma produção neutra em termos de CO2. Para isso, a disponibilidade de fontes de energia renováveis a preços competitivos é crucial”, explica Bernhard Trilken, responsável pela unidade de negócios de Manufatura e Logística.
Em Lousado, cerca de 2700 trabalhadores produzem 18 milhões de pneus por ano.
O responsável pela unidade de negócios de Manufatura e Logística aponta ainda que a Continental está a preparar todas as fábricas “para que possam utilizar o máximo possível de energia renovável”.
“A entrada em funcionamento da nossa caldeira elétrica a vapor em Lousado é o início de uma emocionante curva de aprendizagem”, afirma na mesma nota.
“A nova caldeira elétrica a vapor converte energia solar e outra eletricidade verde em vapor quase sem perdas. A água é bombeada da parte inferior da caldeira para o topo, onde é pulverizada nos elétrodos. A corrente elétrica flui através dos jatos de água e cria calor dentro dos reservatórios da água até que ela se evapore em vapor”, explica a empresa.
Uma caldeira a gás convencional continuará disponível, além da nova caldeira elétrica a vapor, para que a empresa possa reagir “de forma flexível à disponibilidade oscilante de energias renováveis e a outros fatores ambientais”.
“A nossa unidade em Lousado beneficia do facto de o sol brilhar com frequência. Isto permite-nos alcançar uma produção de pneus usando totalmente energia elétrica e neutra em CO2 sempre que possível”, refere o presidente do conselho de administração da Continental Mabor em Lousado, Pedro Carreira acrescentando que o sol brilha “em média sete horas por dia, e no inverno, a média é de quatro horas.