A maioria das árvores do parque de campismo da Gafanha da Nazaré foram abatidas sem explicação aparente e sem autorização do proprietário, a Junta de Freguesia. Espaço estava concessionado ao Grupo Desportivo da Gafanha.
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O presidente da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, Manuel Serra, está indignado com o abate de árvores e diz que a Comissão Administrativa do Grupo Desportivo do Gafanha terá decidido avançar para esta acção sem consultar o proprietário. Manuel Serra diz que já contactou, por escrito, Clemente Casqueira, presidente da Comissão Administrativa do clube, mas ainda não recebeu qualquer resposta.
"Queremos tratar esta situação com o devido recato, pois estamos a falar de um problema sério e grave", disse o autarca. A decisão final sobre este assunto será tomada pelo executivo da junta e só nessa altura decidiremos se vamos, ou não, agir judicialmente".
Manuel Serra acusa a Comissão Administrativa do Gafanha de ter "extrapolado competências", pois "a obrigação, antes de avançar para esta acção, era contactar o proprietário. É incrível estarmos a passar por uma situação destas".
A notícia do abate de árvores no parque de campismo veio a público na passada semana e já mereceu, também, a indignação do presidente da Câmara de Ílhavo. Ribau Esteves diz que a autarquia "está ao corrente da situação e está a tentar perceber o que aconteceu, mas com todo o recato", pois "trata-se de uma situação anormal".
O JN tentou contactar o presidente da Comissão Administrativa do Gafanha, Clemente Casqueira, mas o responsável nunca respondeu às várias tentativas de contacto telefónico. Ao que foi possível apurar junto de fonte próxima do Gafanha, estava em curso um plano de requalificação do parque de campismo (que está concessionado ao clube) e para isso era necessário fazer uma limpeza, sobretudo de ramos de árvores e outros materiais que se encontravam espalhados pelo terreno. E terá sido no seguimento desta situação que o presidente da comissão terá feito "um contrato com uma empresa para recolher estes materiais". "O que se sabe é que um técnico esteve no local a marcar alguns pinheiros, mas pensava-se que eram os que estavam podres. Afinal, o que se viu é que abateram as árvores todas, as boas e as más", revelou a mesma fonte.