Autarquia decidiu poupar na iluminação, mas o comércio é que sofre, diz Associação Empresarial.
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A Câmara de Cantanhede cortou 100 mil euros na iluminação de Natal. Uma medida de "contenção financeira" que desagradou à Associação Empresarial de Cantanhede (AEC). Fala em ruas vazias, com prejuízo para o comércio.
"A iluminação que era, tradicionalmente, colocada nos jardins e edifícios públicos foi praticamente reduzida a zero. As pessoas gostavam de ir ao centro com as crianças porque viam tudo bonito, iluminado. Agora, há um fluxo menor. E o comércio tradicional sofre". As palavras são do presidente da AEC, Luís Roque, que se diz "apanhado de surpresa" por esta decisão camarária. "Foi um corte muito radical. Podia cortar-se alguma coisa, mas não tudo".
Luís Roque tem ouvido queixas por parte dos comerciantes: "Lamentam que este ano não haja iluminação de Natal. Dizem que há menos gente na rua, que as pessoas não ficam tanto tempo, não páram para lanchar, porque não há atracção. No fim da época festiva, vamos medir os prós e os contras". Assinala, essencialmente, a existência de uma árvore de Natal em frente ao edifício dos Paços do Concelho (na foto). A mesma que costumava ficar no centro da Praça Marquês de Marialva.
Além desta árvore, a Autarquia decidiu instalar outras somente nas rotundas de acesso à cidade, o que permitiu reduzir as despesas com a iluminação em perto de 100 mil euros. "É uma verba muito considerável e, tendo em conta a difícil conjuntura económica que se vive no país, a Autarquia optou pela contenção financeira nesta rubrica", explica o presidente, João Pais de Moura, em nota enviada às redacções. Assume, ainda, ter outras prioridades, nomeadamente "a continuação do programa de investimentos em infra-estruturas e equipamentos colectivos".
O autarca fez saber que compreende a posição do presidente da AEC e gostaria, igualmente, de ter dado continuidade à iluminação dos outros natais. Mas justifica esta opção com a necessidade de proceder a um controlo mais apertado das despesas correntes - entre as quais se incluem as luzes de Natal -, até porque "a gestão da Câmara não é imune às dificuldades da conjuntura económica". E acredita que, embora possa haver alguns comentários negativos, a generalidade dos comerciantes compreende a medida.
Ainda assim, João Pais de Moura deixa uma garantia, no referido comunicado: "A Câmara Municipal vai continuar a desenvolver um programa de animação de Natal com acções orientadas para as crianças e para os idosos, para além da oferta de cabazes de Natal às famílias mais desfavorecidas, em parceria com as Conferências Vicentinas da Sociedade de S. Vicente de Paulo".