Um ano depois de ter sido acrescentada ao centro histórico como área classificada, notam-se poucas mudanças na antiga zona industrial de Guimarães.
Corpo do artigo
A zona da Cidade Berço, extramuros, onde desde a Idade Média até meados do século XX funcionou uma indústria de tratamento de couros, foi classificada a 19 de setembro de 2023 como Património da Humanidade, pela UNESCO. Um ano depois, os turistas que aparecem andam perdidos e, na opinião da arquiteta Alexandra Gesta, que esteve ligada ao processo de classificação desta zona e do Centro Histórico, há “erros lamentáveis”, como a desclassificação do Centro de Ciência Viva ou a construção de prédios de grande altura em volta do bairro.
Sentada na esplanada do bar Ramada 1930, instalado numa parte de uma antiga fábrica de curtumes, Alexandra Gesta aponta esta quarta-feira para o que chama “muralhas”. “Se fosse eu a mandar”, diz com graça, “isto nunca teria sido construído e, de preferência, que não se construa mais”. Marina Dutra, a gerente do bar, reconhece que a classificação trouxe mais turistas, “principalmente espanhóis e brasileiros”. Mas na maioria dos casos andam perdidos, “vêm procurar informações porque está tudo muito mal sinalizado”, conta Marina.