Iniciativa PediBus arrancou em abril no Castêlo da Maia. O objetivo é levar alunos a pé para a escola em todo o concelho.
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O PediBus, lançado pelo município da Maia, tem como principal objetivo a possibilidade de as crianças fazerem o trajeto de casa até à escola a pé. O projeto saiu à rua em abril, no Castêlo da Maia, e poderá ser alargado às restantes áreas do concelho.
O "autocarro humano escolar gratuito", como apelida Júlio Guimarães, diretor do departamento de Educação, Ciência e Cultura, que leva crianças a abandonarem os transportes e a fazer o percurso para a escola a pé, resulta de uma parceria da Câmara da Maia com as associações de pais das três escolas envolventes (EB1, EB 2/3 e a Secundária do Castêlo da Maia).
"O sentido de autonomia e a responsabilidade" são dois dos pontos que Júlio Guimarães destaca na importância que o projeto tem para os jovens. Até agora, a iniciativa envolve "dez estudantes", no entanto, o objetivo definido, segundo o diretor, é "replicar a iniciativa noutras escolas e freguesias do concelho da Maia".
Paulo Silva e Domingos Castro são dois dos guias (encarregados de educação responsáveis pelo acompanhamento) das crianças desde o ponto de partida do percurso, o metro do Castêlo da Maia, até às escolas.
São várias as vantagens associadas ao movimento que "promove modos de deslocação mais saudáveis". Entre os benefícios mais destacados pelos guias está o facto de "causar um menor congestionamento e a diminuição da poluição". Aos pais dos jovens "criamos alternativas que lhes permitam não perder tanto tempo ao levar os filhos à escola", refere Domingos Castro.
Ajuda da Câmara da Maia
Os guias destacam, ainda, que não foi só graças a eles que o projeto arrancou. "A Câmara Municipal da Maia foi um grande alicerce para o começo deste projeto", salientam. O Município disponibilizou "uma grande quantia de equipamentos", mencionam. Para além dos coletes que tanto os jovens como os responsáveis utilizam, "foi criado um seguro para os pais que participam, assim como as crianças e jovens" e, ainda, uma formação para os encarregados de educação que estejam interessados em ser voluntários.
Paulo Silva e Domingos Castro relembram os tempos de adolescência, quando ambos faziam o caminho a pé para a escola. "O passado traz boas memórias e queremos que esta nova geração possa também usufruir destes momentos e, um dia mais tarde, recordar".
Ana Margarida, do segundo ano, é uma das crianças que, desde o primeiro dia, participam na iniciativa. "Prefiro andar a pé a andar de autocarro", refere. A justificação que apresenta é a de que "no PediBus se conhecem pessoas novas e convive-se mais".
Pandemia fez adiar o começo
O início do projeto foi adiado devido à pandemia, no entanto, apesar do impedimento causado, a covid-19 ajudou a que "através de várias reuniões", fossem ajustados "certos pontos que ainda não estavam bem definidos.