Alunos do 2º ano da Escola Básica de Lourel, em Sintra, têm aulas no meio de sete baldes, para onde cai água do teto, situação que se tem agravado nas últimas semanas. Escola e pais pediram intervenção urgente, mas ainda nada foi feito.
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Os relatos da filha de Ana Catarina Tavares sobre as condições em que a criança e os colegas, ao todo 25 alunos, têm aulas, pioram de semana para semana. Os dois baldes para a água “que cai constantemente do teto” em poucos dias passaram a sete. A quantidade de água é tanta que são despejados várias vezes por dia.
“A situação foi escalando e está a abrir-se uma fenda maior e a entrar cada vez mais água. Qualquer dia metade da sala são baldes de água. A professora teve de fazer uma espécie de rotunda dentro da sala para que as crianças possam circular em segurança sem escorregarem e sem haver o risco de o teto cair em cima de alguma. E colocou-as mais concentradas num lado da sala para o caso disso acontecer”, conta a mãe da aluna, referindo também outros problemas do estabelecimento de ensino.
“Os dias têm estado mais escuros, por causa do mau tempo, e estudam às escuras porque a professora não acende a luz com medo de serem eletrocutados. As aulas de informática foram suspensas por tempo indeterminado por causa do risco de cair água nos computadores e a professora não liga o retroprojetor. O Ministério da Educação quer que eles façam as provas de aferição em computadores, mas como o vão fazer senão têm aulas para aprenderem a usá-los?”.
Autarquia vai resolver
O amianto foi retirado do telhado do edifício da escola, em 2018, e, desde então, terão começado a aparecer umas manchas na superfície, que foram piorando. Há alguns meses que a escola tem vindo a alertar para o agravamento da situação, tendo enviado vários emails à Câmara de Sintra a solicitar “uma reparação urgente”, mas nunca recebeu resposta. Alguns pais também tentaram contactar a Autarquia sem sucesso. “A professora está farta de fazer queixas e ninguém da Câmara de Sintra lá foi sequer para avaliar a situação. Se tivesse feito pelo menos uma avaliação, estávamos mais descansados”, critica ainda a encarregada de educação.
Ao JN, a Autarquia diz que “contactou o empreiteiro responsável pela intervenção nas coberturas do edifício, por ainda se encontrar com garantia, de forma a resolver rapidamente o problema identificado”. Recordou ainda que “já investiu mais de 381 mil euros, dos quais 76 mil euros foram em intervenções na cobertura e remoção de fibrocimento” nesta escola.
“A Autarquia já investiu mais de 45 milhões de euros na requalificação de escolas do município, abrangendo mais de 120 escolas e mais de 30 mil alunos”, acrescentou.