O encerramento de muitas das grandes empresas que fizeram de Ovar um concelho com uma das maiores concentrações industriais e a consequente taxa de desemprego (13%) obrigaram os Bombeiros Voluntários a uma significativa ginástica financeira, mas também a uma nova organização de pessoal.
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A falta de emprego obrigou muitos dos bombeiros a procurar trabalho fora de Ovar. Resultado: no período entre as 8 e as 19 horas, o efectivo, antigamente numeroso, diminuiu consideravelmente.
"É uma situação que não se reflecte na qualidade do serviço, mas obrigou-nos a uma nova organização. Actualmente temos 13 bombeiros profissionais ao serviço. Cinco deles fazem a equipa de apoio permanente e oito estão dedicados ao transporte de doentes. Agora, no Verão, por causa da época de fogos, temos ainda um reforço de 12 elementos, estes comparticipados pela Autoridade Nacional de Protecção Civil", explicou o comandante da corporação, António Borges.
Se a crise não se reflecte no serviço, nas contas da Associação Humanitária o cenário é bem diferente. Segundo o presidente da Direcção, Dinocrato Formigal e Costa, a quebra de donativos por parte de empresários é notória e tem consequências.
Central de comunicação
Se nas viaturas parece não haver problemas - "tomara muita gente no nosso país ter um igual", assegura António Borges -, já o quartel, com 16 anos, dá sinais de precisar de crescer. Começando logo pela central de comunicação.
Dinocrato Formigal e Costa explicou ao JN que já existe projecto para a nova central, a ser construída sobre as actuais garagens. Incluirá uma sala de crise, uma sala de comando e um gabinete para a Protecção Civil.
"Trata-se de uma obra que custará cerca de 100 mil euros. Contávamos com uma comparticipação do QREN, mas quando, em Abril, íamos apresentar a candidatura, já com o projecto pronto, disseram-nos que a verba tinha esgotado. Estamos, no entanto, esperançados, porque ainda recentemente nos informaram que o processo foi reaberto", disse o presidente da Associação Humanitária.
A obra é, porém, apenas uma das várias necessárias. "Temos um corpo feminino, com 12 elementos, que não pode pernoitar porque não temos camaratas", contou António Borges.
Para Dinocrato Formigal e Costa, ainda mais urgente é uma obra de isolamento das paredes exteriores do quartel, que "devido a erros de construção" estão pontuadas de infiltrações de água, chegando a chover dentro do edifício.
Próxima semana: Corporação dos Bombeiros Voluntários de Odivelas.