Serviços chegaram a cerca de 50 mil pessoas em 2021. Delegação reconhecida com medalha.
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Cerca de 50 mil pessoas de Braga, um quarto da população do concelho, foram beneficiadas, no ano passado, com os serviços da Cruz Vermelha, anunciou, na terça-feira, a delegação local numa visita da presidente nacional, Ana Jorge. A responsável esteve na sede de Braga, que está a ser alvo de reabilitação, resultado de um investimento próximo de 1,5 milhões de euros.
De acordo com os dados apresentados pelo adjunto da Direção, David Rodrigues, só em géneros alimentares, a Cruz Vermelha de Braga chegou, no ano passado, a 768 famílias, a que se somaram mais 65 347 refeições servidas, das quais 22 235 se referem à cantina social, da qual são beneficiárias 107 pessoas.
O responsável adiantou ainda que acompanharam 490 pessoas em situação de sem-abrigo - prestando rastreios de saúde oral a 43 deles -, distribuíram perto de seis mil cobertores, roupa e calçado pelos mais carenciados e cerca de cinco mil produtos de higiene. Os cuidados de enfermagem e de saúde chegaram a 2262 pessoas, houve 192 utentes que estiveram envolvidas em programas de inserção profissional e 1194 em programas de promoção e educação para a saúde.
Ao nível dos apoios a cidadãos toxicodependentes, a Cruz Vermelha diz ter distribuído 9532 seringas e recolhido 10 104, no último ano. David Rodrigues assumiu que os apoios à população acabaram por ser "maiores", devido à pandemia, com a realização de 47 300 testes de despiste da covid-19. Na globalidade, ao nível de emergências, contabilizaram "mais de 70 mil serviços".
"O trabalho humanitário desenvolve-se em parceria com a presidência do Conselho de Ministros, Ministério da Saúde e Segurança Social. É com estas entidades públicas que desenvolvemos protocolos que nos permitem apoiar diretamente, para além do transporte de doentes, os estratos da população mais desprotegida", sublinhou o presidente da delegação de Braga, Armando Osório, referindo-se ao trabalho "com crianças, jovens, idosos, migrantes, minorias étnicas, pessoas em situação de sem-abrigo e com comportamentos aditivos e dependências".
Ana Jorge destacou a atividade em Braga, que classificou de "muito exigente" e "de excelente qualidade". Desta forma, aproveitou a visita para atribuir à delegação a medalha de benemerência, "pelos serviços relevantes prestados".
Apelo a mais voluntários
"E realmente merecem uma sede nova", acrescentou a responsável ao JN, ao mesmo tempo que alertou para "a necessidade de mais voluntários para potenciar o trabalho feito e a capacidade de intervenção". Atualmente, a unidade de Braga conta com 233 voluntários, segundo os dados revelados.
À importância dos colaboradores, Armando Osório somou o papel "dos empresários" e "beneméritos" na atividade da organização. Ontem, entregou diplomas àqueles que contribuíram, em bens ou em espécie, com valores acima dos 25 mil euros.
"Algumas destas ajudas estão relacionadas com esta obra, as instalações da sede", elucidou.
Atraso
Inauguração da sede esperada para este ano
As obras de reabilitação na sede da Cruz Vermelha de Braga, na Avenida 31 de Janeiro, devem ficar concluídas até ao final do ano. Pelo menos, essa é a expectativa do presidente, Armando Osório, que, ontem, lamentou o atraso da empreitada, devido à crise pandémica, que provocou "falta de mão de obra e materiais". Ao todo, a organização estima um investimento de cerca de 1,5 milhões de euros, que está a ser suportado por um empréstimo bancário.
Respostas Sociais
Sem-abrigo
Assim que as obras da sede estiverem concluídas, a Cruz Vermelha de Braga quer chamar pessoas sem abrigo para colaborarem em tarefas. A instituição já responde a esta população com um centro de alojamento temporário e casas partilhadas.
Refugiados
A presidente da Cruz Vermelha, Ana Jorge, destacou o papel de integração dos refugiados da Ucrânia na creche gerida pela delegação de Braga e o trabalho dos voluntários.
Comunidade cigana
A Cruz Vermelha tem um centro comunitário, em Vila Verde, que luta pela redução do abandono escolar, por parte da comunidade cigana. Em Braga, destaca-se o trabalho com o bairro de Santa Tecla.