Demolição pode acabar antes do prazo inicialmente previsto, que era finais de novembro. Projeto de habitação para o local deve ser revisto.
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Da Torre 1 só restam escombros. A Torre 2 está reduzida a metade. A Torre 3 terá o mesmo destino: vai abaixo. Os trabalhos de demolição do Bairro do Aleixo, no Porto, poderão ficar concluídos antes de finais de novembro, prazo definido inicialmente pela FundBox, a entidade gestora do Invesurb, o Fundo Especial de Investimento Imobiliário Fechado. Quem por ali mora e durante anos conviveu de perto com os graves problemas sociais do bairro está agora expectante relativamente ao futuro projeto imobiliário a nascer naqueles terrenos, que contemplará habitação para famílias das classes média e alta.
O projeto inicial, da autoria de José António Barbosa, do ateliê Barbosa & Guimarães Arquitectos, previa sete blocos com quatro a cinco pisos e um total de 100 apartamentos. O plano nunca chegou a dar entrada na Câmara para aprovação e, agora, é previsível que possa sofrer algumas alterações.
De qualquer forma, o empreendimento só deverá ser construído no início de 2021, pois antes o Fundo Especial terá de cumprir o contratado com a Câmara do Porto, ou seja, construir 154 fogos. Casas sociais que ficaram por entregar (até agora, a Autarquia recebeu apenas 23), o que obrigou a que, no recente processo de realojamento a quase totalidade das famílias que ainda residiam no Aleixo tivessem de ser espalhadas por outros bairros camarários.
Os trabalhos de demolição seguem a bom ritmo. Quando ficarem concluídos, os terrenos serão de novo um descampado com vistas diretas para o Rio Douro, tal como acontecia em finais da década de 1960, altura em que o Bairro do Aleixo foi projetado.
A FundBox, entidade gestora do Invesurb, pretende construir um armazém onde será realizada a separação e valorização dos materiais retirados da demolição, nomeadamente o cimento, os metais, madeiras e outros.
destino dos resíduos
O betão será britado e usado posteriormente em aterros e trabalhos de terraplanagem, os metais serão separados por ferrosos e não ferrosos e levados para a siderurgia, as madeiras para lenhas e reutilizadas em paletes. Os telhados em fibrocimento foram cuidadosamente removidos numa operação inicial e mais demorada.
Enquanto as máquinas da empresa JMM Demolições prosseguem os trabalhos no antigo bairro, nas imediações alguns toxicodependentes continuam a deambular e a consumir droga, em acampamentos improvisados. São o que resta da degradação humana que, nos últimos anos, era a imagem de marca do Aleixo. As autoridades policiais e políticas deparam-se agora com o problema da proliferação do tráfico, sobretudo em bairros das imediações.
Implosões
O Bairro do Aleixo, inaugurado em 1974, era constituído por cinco torres, das quais restaram três, depois de a Torre 5 ter sido demolida em 2011 e a Torre 4 em 2013, no último mandato de Rui Rio.
Invesurb
O fundo imobiliário designado Invesurb foi constituído em 2009, no terceiro e último mandato de Rui Rio, para gerir a operação imobiliária do Aleixo.