O que têm em comum a Lameirinho, a Lasa, e a MoreTextile Group? Além de serem concorrentes no setor do têxtil-lar, somando milhões no volume das exportações, as três empresas responsáveis por centenas de postos de trabalho são de Guimarães.
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Até esta sexta-feira, estas empresas - que confecionam roupa de cama e banho e artigos têxteis para mesa e cozinha - marcam presença na Heimtextil, a principal feira internacional do setor têxtil lar, que decorre em Frankurt, Alemanha, onde são esperados mais de 68 mil visitantes de 133 países.
Tânia Lima, diretora de Marketing da Lameirinho, contou, ao JN, que "há mais de 20 anos" a empresa faz questão de marcar presença na Heimtextil, "porque aqui está o mundo inteiro". Na base do orgulho está uma empresa que tem conquistado mercado "num crescendo", assumindo diretamente de Pevidém, Guimarães, um volume de negócios que chega já a "30 países", num total de 51 milhões de euros"(dados de 2014).
"Os EUA representam já 50% das nossas exportações, mas também temos clientes em França, no Reino Unido", abrindo horizontes para a Ásia e para a América Latina", referiu Tânia.
Segundo contou a responsável, a alma da Lameirinho "é criar conceitos para os clientes construírem as suas próprias coleções". Sendo "um orgulho imenso a Lameirinho, enquanto marca, chegar à Rússia, ao Japão e até ao Qatar".
Em Guimarães, a empresa dá emprego a 680 funcionários, sendo uma mais-valia a altura de imprimir a etiqueta "made in Portugal".
"O nosso principal concorrente é a Turquia, mas na hora de escolherem os nossos produtos, Portugal sai favorecido "pela qualidade e pelo excelente serviço que oferece".
Também Artur Soutinho presidente da MoreTextile Group, com três fábricas em Guimarães e uma em Santo Tirso (empregando 1240 pessoas), reconhece o valor acrescentado que o setor têxtil-lar português, tem trazido ao mercado internacional.
Daí que não tenha sido por acaso que encontramos Portugal como o país com a maior representação no hall 11 da Heimtextil, dedicado a artigos "premium".
"Queremos ser muito bons, porque só assim podemos oferecer produtos de qualidade", confidenciou o presidente da empresa, satisfeito por ter conquistados os clientes "mais exigentes", que são "os norte-americanos, europeus e japoneses". "O nosso volume de negócios anual é de 90 milhões de euros, 80 dos quais de exportações", sublinhou, acrescentando: "Em Portugal encontra-se o melhor que há no mundo neste setor".
Já a Lasa, é de Nespereira, Guimarães, que se abre ao mundo, marcando presença na feira de Frankfurt há "várias décadas", contou, ao JN, orgulhosa, Fátima Antunes, uma das proprietárias.
Da produção inicial de lenços de bolso, a empresa dedica-se aos felpos, roupa de cama, cobertores, toalhas de praia, roupões, até à fiação e tinturaria, para "garantir estabilidade das matérias-primas", sublinhou Fátima.
"Tudo feito a partir de Guimarães", ressalvou a empresária, dando nota do trabalho dedicado dos 700 funcionários, que chega da Europa à Escandinávia, dos EUA ao Japão, passando pelo Brasil.
Fátima tem noção que o volume de encomendas se deve, em muito, "à qualidade dos produtos" que a sua empresa oferece. "Mas, não basta!", sublinhou. "Cada vez mais é preciso sermos competitivos".
Daí que a empresa vimaranense tenha apostado recentemente na estamparia digital.
De ressalvar o facto de, neste momento, as exportações do setor têxtil-lar registam já o valor de 4467 milhões de euros, e é já certo ser possível concluir o ano de 2015 com um valor superior a 4800 milhões de euros e uma taxa de crescimento próxima de 4,5%.