"Deixem-nos trabalhar". Autarca de Braga admite ainda poder dar pelouros a mais vereadores

João Rodrigues e a vereadora Catarina Miranda
Foto: Câmara de Braga
O presidente da Câmara de Braga, João Rodrigues (PSD/CDS/PPM), admitiu esta quinta-feira que ainda poderá distribuir pelouros por mais vereadores do executivo municipal, depois de já o ter feito com Catarina Miranda, eleita pela coligação PS/PAN, que assume a Cultura, o Património Cultural e a Educação Artística.
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"Nenhum processo está fechado, nós estamos em permanente diálogo e contacto com todos os vereadores, porque a Câmara é só uma, com um presidente e 10 vereadores. Neste momento, aquilo que o presidente de Câmara decidiu é que deve delegar competências em três desses vereadores, para além daquelas que ele próprio comporta", disse o autarca, à margem da apresentação da programação de Natal, que foi o primeiro ato público que contou com a presença de Catarina Miranda após a distribuição de competências.
Em declarações aos jornalistas, João Rodrigues assegurou que o "diálogo com todos os vereadores mantém-se". Segundo o autarca, "isso foi dito desde o primeiro dia, foi repetido nos dias que seguiram ao primeiro dia e foi dito de forma expressa no comunicado de ontem [quarta-feira]", em que o município anunciou a atribuição de pelouros, que contempla apenas os três eleitos da coligação PSD/CDS/PPM e Catarina Miranda, independente que foi eleita no segundo lugar da lista do PS/PAN.
Questionado se vale a pena manter estes contactos tendo em conta a posição já assumida pelo vereador Ricardo Silva, que anunciou que o movimento independente Amar e Servir Braga apenas assumirá pelouros caso essa distribuição contemple os três eleitos, o autarca foi evasivo. "Da minha parte o espírito é de absoluta abertura. Se do outro lado entenderem que não há condições para falar e para conversar acerca daquilo que eu acho que deve ser conversado, que é a vida da cidade, terão que fazer essa pergunta ao outro lado", afirmou.
"Deixem-nos trabalhar"
João Rodrigues garantiu que a coligação PSD/CDS/PPM não está a usar a atribuição de pelouros para "fazer jogos de sombras ou para dar a sensação" de abertura e assegurou que as reuniões que teve nos últimos dias com os primeiros eleitos de cada uma das forças políticas representadas no executivo municipal "decorreram de uma forma aberta, franca, tendo sempre em vista o interesse da cidade".
"No fim desta primeira ronda de reuniões, feita nos termos em que eu tinha definido, decidi atribuir pelouros a quem atribuí. Isto não significa, repito, que o diálogo não permaneça, não se mantenha, não possa haver alterações a esta delegação de competências, não possa haver uma ampliação desta delegação de competências. Agora, isso não depende só de mim", salientou.
Sobre o papel da oposição, o presidente da Câmara de Braga disse esperar uma postura de diálogo e de colaboração. "A partir do momento em que estas competências foram delegadas nos vereadores, aquilo que eu peço à oposição, e tive da esmagadora maioria das pessoas com quem falei essa abertura e esse compromisso, é de que nos deixem trabalhar a partir de agora", afirmou João Rodrigues.
Sem maioria
A coligação PSD/CDS/PPM venceu as eleições autárquicas do dia 12 de outubro, mas sem maioria, tendo obtido três mandatos, tantos quantos a coligação PS/PAN e o movimento independente Amar e Servir Braga. A Iniciativa Liberal e o Chega elegeram um vereador cada.
O cabeça de lista do PS/PAN, António Braga, renunciou ao mandato e não tomou posse, o que levou à entrada de Martinha Rocha no executivo municipal. Com a passagem de Catarina Miranda à condição de independente, o PS/PAN fica agora apenas representado pelos vereadores Pedro Sousa e Martinha Rocha.
O executivo integra ainda os eleitos do movimento independente Amar e Servir Braga, Ricardo Silva, Mário Meireles e Marta Mendes, o vereador da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, e o vereador do Chega, Filipe Aguiar.

