Festival de equilibrismo sobre cordas conta com 195 atletas de 30 países.
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Vêm de vários pontos do Mundo e vão estar, ao longo da semana, a caminhar sobre cordas junto aos passadiços do Cerro da Candosa, em Vila Nova do Ceira, no concelho de Góis. O Festival de Slackline (equilibrismo sobre cordas) realiza-se entre 13 cabos que unem os montes do desfiladeiro do Cabril até domingo.
A ideia surgiu através de um grupo de praticantes que já usa, há alguns anos, o Cerro da Candosa como cenário para fazer a atividade. "Em janeiro, na altura em que estávamos a terminar os passadiços, falámos sobre a possibilidade de fazer aqui um evento em larga escala, reunimos com o presidente e o vice-presidente da Câmara e conseguimos viabilizar o festival", conta o presidente da Junta de Freguesia de Vila Nova do Ceira, Alberto Machado.
O presidente da Autarquia de Góis, Rui Sampaio, não hesitou em apoiar a iniciativa. "Já a promovemos na última Bolsa de Turismo de Lisboa e achamos que tem um interesse turístico muito grande. E o facto de virem praticantes de 30 países leva a que o concelho seja falado e divulgado um pouco por todo o Mundo", defende.
Cordas de vários tamanhos
Ao todo, são 13 cordas que estão montadas. A maior, e mais central, tem 220 metros de comprimento e 120 de altura. As outras têm distâncias variadas, havendo cinco delas com 160 de comprimento e 100 de altura, e mais algumas que chegam aos 200 de comprimento. "Os materiais também são variados. Algumas são de nylon, mais resistentes, e outras de poliéster, mais confortáveis de caminhar", descreve Emerson Machado, praticante e membro da organização do festival.
Entre as nacionalidades presentes, Emerson Machado aponta que vão estar em Góis três praticantes de Taiwan e elementos de Cuba, México, Canadá ou Estados Unidos da América. "Temos 33 alemães, penso que é o país de onde vem mais gente. É um público muito variado", realça.
Incluído no festival, haverá também workshops de iniciação ao slackline, com cordas baixas, workshops de malabares, sessões de "freestyle" (com fitas mais baixas, em que os equilibristas fazem mortais e acrobacias) e concertos, na sexta-feira e no sábado à noite. Emerson Machado espera, no futuro, poder alargar o âmbito do festival. "Queremos ter mais cordas e poder juntar ao slackline um festival de música, mas tem de ser feito devagar", aponta. O acesso ao festival e aos workshops são abertos a todo o público.
12 anos de prática
Emerson Machado conheceu o equilibrismo sobre cordas no Brasil, em 2010. Após ver um vídeo de um praticante francês, entre montanhas, entusiasmou-se e começou a praticar. "Saí do Brasil, estive em França e realizei o sonho de praticar em vários países", destaca.
Em 2016 veio para Portugal e acabou por encontrar em Vila Nova do Ceira o local ideal para o slackline. "É muito bom poder realizar este festival aqui, ainda para mais com o apoio da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia, que permitem que tenhamos um bar de apoio, alojamentos e casas de banho", salienta.