Restos de madeira fossilizada que terão feito parte de um pesqueiro fixo, construído pelos romanos e datado de século II d.C., estão a descoberto na praia do Pau da Manobra, em Silvalde, Espinho.
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O achado ocorreu depois da forte ondulação costeira que ali se fez sentir e que deixou visível restos desta estrutura que tinha já sido alvo de estudo em 1989.
"A forte erosão veio expor diversos blocos de turfa de cor negra e raízes de árvores, sem qualquer perigo para a saúde pública, e que na realidade são os vestígios de uma antiga estação arqueológica", explicou, ao JN, o arqueólogo Jorge Salvador.
O arqueólogo diz ter sido "surpreendido" pelos blocos de turfa que se encontram visíveis, "porque houve um desassoreamento muito grande". "O nível de areia baixou e voltou a pôr a descoberto os blocos de argila", adiantou.
Este local e respetivos achados eram já conhecidos. O arqueólogo explica que uma missão arqueológica realizada em 1989 viria a determinar tratar-se de um complexo de armadilhas de pesca, depois de numa primeira abordagem se pensar que se trataria de uma antiga embarcação.
Num estudo inédito ao nível europeu, as amostras desta estrutura foram submetidas a análises laboratoriais por radiocarbono que revelaram tratar-se de estacas de madeira de carvalho do século II depois de Cristo, "pelo que foi possível documentar a prática da pesca em Paramos na época romana".
A praia do Pau da Manobra está disponível a banhos, depois de análises efetuadas pela autarquia confirmarem a necessária qualidade da água do mar.